“Eu não sei se vai ser possível anunciar, porque essas coisas são complexas, mas a ideia é que se possa ter um fundo bilateral”, disse à Reuters o embaixador Celso Amorim, assessor especial da Presidência. “É um fundo dos dois lados (chinês e brasileiro) para investimentos nessa área.”
Fontes que acompanham as negociações explicam que o fundo foi proposto pelo governo brasileiro e a ideia deve constar de uma declaração bilateral sobre o meio ambiente, mesmo que o mecanismo em si possa não ser anunciado ainda.
Segundo uma das fontes, apesar da proposta ser brasileira, as negociações andaram porque há uma receptividade do lado da China, com o país interessado nas questões relativas às mudanças climáticas.
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“Há vários acordos. Sei que tem um acordo sobre energia renovável, certamente vai ter uma declaração importante sobre outros aspectos do clima”, disse Celso Amorim.
O governo brasileiro vem colocando a questão ambiental entre suas principais prioridades na agenda internacional, inclusive na captação de recursos para combate ao desmatamento. No caso da China, também um país em desenvolvimento, não há expectativa de doações para mecanismos como o Fundo Amazônia – até porque o país não costuma trabalhar com doações a fundo, e também tem suas próprias questões climáticas para resolver.
O fundo, no entanto, poderia ajudar a captar investimentos privados, de empresas internacionais dispostas a investir no setor.
Desde o início do ano, o governo brasileiro já recebeu US$ 3,3 bilhões de doações, com o descongelamento de recursos da Noruega e da Alemanha, suspenso durante o governo de Jair Bolsonaro.