Após trabalhar por mais de uma década como sushiman e chef, Matsumoto uniu-se no ano passado a alguns sócios, em especial o empresário Bruno Setubal, e abriu no bairro dos Jardins o Geiko-San. De início havia a intenção de praticar uma mescla das cozinhas japonesa e italiana, mas cedo ele percebeu o entusiasmo dos clientes pela face oriental dos pratos da casa; em resposta, recentemente recriou o cardápio do Geiko, focando-o em suas raízes.
A leitura de Matsumoto à gastronomia da terra de seus avós (os quais emigraram para o Brasil vindos da cidade de Nagasaki, logo após a II Grande Guerra) consegue ser original sem abdicar de sua essência japonesa. “Uma vez, quando trabalhava como cozinheiro em um restaurante da comunidade, resolvi incluir no cardápio sushis com azeite trufado. O dono, quando soube, veio me demitir – mas desistiu assim que lhe contaram que o prato tinha feito sucesso e até aumentado o faturamento do lugar”, conta ele.
Abrir o Geiko foi um passo ousado, porém bem planejado. “Investimos perto de R$ 3 milhões. Foi o valor necessário para criarmos uma casa que, desde o início, se propôs a disputar o posto de melhor restaurante japonês do Brasil”, explica Bruno Setubal. Ele cuida da parte administrativa do empreendimento, além de comandar seus outros negócios: a Vistaitec, fornecedora de tecnologia para edificações, e a Vista Properties, consultoria em investimentos e serviços imobiliários. Além disso, também atua junto com seus parentes na gestão do patrimônio de sua família, o qual inclui expressiva participação no maior banco do país, o Itaú Unibanco.
E quais serão os próximos passos dos sócios do Geiko-San? “Abriremos outra unidade em São Paulo, e uma em Belo Horizonte. E, principalmente, vamos inaugurar no ano que vem uma filial na Zona Sul do Rio de Janeiro. A vida saudável que os cariocas gostam de cultivar combina muito bem com a comida japonesa”, responde Setubal. Um aspecto relevante da casa, vale acrescentar, é sua política de preços, mais contida do que se poderia esperar de um estabelecimento de tal nível – até porque a culinária japonesa
costuma ser relativamente cara.
O combinado para duas pessoas, por exemplo (que vem com nada menos que 34 itens), sai por R$ 117. “Quando se tem ego em excesso, se quer cobrar muito. Não é o nosso caso”, observa Matsumoto. “Queremos que as pessoas venham ao Geiko várias vezes por semana, não uma vez ao mês. Deixamos nosso ego de lado em favor dos clientes”, arremata.