Japonês Geiko-San prepara sua expansão pelo Brasil

31 de dezembro de 2014

Há um seleto grupo de restaurantes cuja fama local espalhou-se tão fortemente que foi inevitável a abertura de filiais – no mesmo país ou até pelo mundo afora. Nessa pequena confraria estão, por exemplo, o Zuma, presente em sete países, e as redes Nobu e Matsuhisa, com 19 casas espalhadas por oito nações. Em São Paulo, cidade que abriga mais de 600 estabelecimentos especializados na gastronomia nipônica, surge um nome que, por conta de seu sucesso junto aos clientes, vai se expandir rapidamente pelo Brasil com a mesma velocidade com a qual se proliferaram o Zuma e o Nobu pelo planeta. Trata-se do Geiko-San, que tem como chef o paulistano Fabrizio Matsumoto. “No Brasil, a versatilidade e a habilidade dos chefs locais nos colocam no mapa mundial da gastronomia”, diz ele.

Após trabalhar por mais de uma década como sushiman e chef, Matsumoto uniu-se no ano passado a alguns sócios, em especial o empresário Bruno Setubal, e abriu no bairro dos Jardins o Geiko-San. De início havia a intenção de praticar uma mescla das cozinhas japonesa e italiana, mas cedo ele percebeu o entusiasmo dos clientes pela face oriental dos pratos da casa; em resposta, recentemente recriou o cardápio do Geiko, focando-o em suas raízes.

A leitura de Matsumoto à gastronomia da terra de seus avós (os quais emigraram para o Brasil vindos da cidade de Nagasaki, logo após a II Grande Guerra) consegue ser original sem abdicar de sua essência japonesa. “Uma vez, quando trabalhava como cozinheiro em um restaurante da comunidade, resolvi incluir no cardápio sushis com azeite trufado. O dono, quando soube, veio me demitir – mas desistiu assim que lhe contaram que o prato tinha feito sucesso e até aumentado o faturamento do lugar”, conta ele.

esse ex-músico profissional (era baterista de uma banda de MPB antes de enveredar pela gastronomia) criou para seu estabelecimento pratos como o enrolado de caranguejo gigante, o sushi de ovo de codorna pochê e o mochi (um bolinho de arroz) com sorvete.

Abrir o Geiko foi um passo ousado, porém bem planejado. “Investimos perto de R$ 3 milhões. Foi o valor necessário para criarmos uma casa que, desde o início, se propôs a disputar o posto de melhor restaurante japonês do Brasil”, explica Bruno Setubal. Ele cuida da parte administrativa do empreendimento, além de comandar seus outros negócios: a Vistaitec, fornecedora de tecnologia para edificações, e a Vista Properties, consultoria em investimentos e serviços imobiliários. Além disso, também atua junto com seus parentes na gestão do patrimônio de sua família, o qual inclui expressiva participação no maior banco do país, o Itaú Unibanco.

E quais serão os próximos passos dos sócios do Geiko-San? “Abriremos outra unidade em São Paulo, e uma em Belo Horizonte. E, principalmente, vamos inaugurar no ano que vem uma filial na Zona Sul do Rio de Janeiro. A vida saudável que os cariocas gostam de cultivar combina muito bem com a comida japonesa”, responde Setubal. Um aspecto relevante da casa, vale acrescentar, é sua política de preços, mais contida do que se poderia esperar de um estabelecimento de tal nível – até porque a culinária japonesa
costuma ser relativamente cara.

O combinado para duas pessoas, por exemplo (que vem com nada menos que 34 itens), sai por R$ 117. “Quando se tem ego em excesso, se quer cobrar muito. Não é o nosso caso”, observa Matsumoto. “Queremos que as pessoas venham ao Geiko várias vezes por semana, não uma vez ao mês. Deixamos nosso ego de lado em favor dos clientes”, arremata.