FORBES: O que você procura em uma foto?
David Doubliet: Sempre buscar uma história. A foto tem de contar algo de uma maneira bonita. A profissão exige rapidez, pois só há o piscar de um olho para capturar o sentimento, a história. Fotos têm poder. Meu trabalho é convencer sobre aquilo que não pode ser convencido.
Estava em Pearl Harbor com minha parceira Jennifer fazendo um projeto no memorial USS Arizona. A maioria das pessoas que morreram neste barco ainda está lá. É um memorial, mas também algo muito sombrio. Foi um trabalho muito difícil porque é muito escuro e a visibilidade é baixa. Parei de descer em certo momento e nunca senti algo igual. Havia quase 1.200 pessoas ali, filhos, pais, irmãos, famílias inteiras.
Experimentamos a evolução da fotografia de filme para digital. Como isso afetou seu trabalho?
Eu não posso trocar lentes ou filmes embaixo d’água. Eu e Jenni fomos para Raja Ampat, na Indonésia, há uma década e entramos na água com mais de dez sistemas diferentes de foto. Usávamos um cartão com 360 fotos. Hoje, ninguém entra na água com um cartão com menos de 1.200 fotos. Não é mais preciso subir para a superfície.
Sempre tive problemas respiratórios e debaixo d’água é tão mais fácil de respirar. Eu ia para acampamentos quando pequeno e odiava andar a cavalo, mas com rios, lagos, e mares, era diferente.