Até agora. Dois novos estudos, divulgados nesta semana, mostram que não existe ligação entre os psicodélicos e uma grande variedade de doenças mentais, incluindo esquizofrenia, psicose, depressão, transtornos de ansiedade e tentativas de suicídio.
O primeiro deles, conduzido por pesquisadores do Instituto Norueguês de Tecnologia, usou diversos dados coletados pelo National Survey of Drug Use and Health (“Pesquisa nacional sobre uso de drogas e saúde”, em tradução livre), pesquisa feita em todo o território norte-americano desde 1988.
O segundo estudo, conduzido na Universidade Johns Hopkins, confirma a pesquisa norueguesa. A instituição norte-americana também usou os dados do NSDUH, mas olhou as respostas entre 2008 e 2012. Da mesma forma, os pesquisadores não conseguiram encontrar relações concretas entre as três substâncias mais comuns (que são encontradas nos ácidos, nos cogumelos e no peiote) e doenças mentais graves.
Mas o que torna o segundo estudo mais interesse é que os pesquisadores resolveram olhar para o outro lado da questão: de que forma os psicodélicos afetam positivamente a saúde mental? Entre dezenas de benefícios, como aumento da criatividade e diminuição da ansiedade, os cientistas descobriram que aqueles que já usaram LSD ou psilocibina têm taxas muito menos de pensamentos e tentativas suicidas.
Em uma sociedade como a norte-americana, onde um a cada cinco adultos fazem uso de algum medicamento para distúrbios mentais (ansiolíticos, antidepressivos, antipsicóticos) com pequenas taxas de sucesso, a introdução dos psicodélicos de forma segura pode causar uma revolução sem precedentes.