Curioso, no entanto, era o fato de que o perfume o remetia às lembranças das duas viagens feitas pelo perfumista a um país distante e exótico chamado… Brèsil. Na época, Petijean nem poderia imaginar, mas o país que mexeu com seus sentidos viria a se tornar o maior mercado mundial de perfumes. E, hoje, a fragrância La vie est belle, lançada pela Lancôme em 2012, está entre as quatro mais vendidas do mundo e a segunda feminina importada de maior saída no Brasil.
No ano em que celebra seu 80º aniversário e 25 anos de Brasil, é vista como uma das marcas mais conhecidas — para não falar desejadas — pelas mulheres ao redor do mundo. A constatação não é mera percepção. De acordo com levantamento de Forbes, a Lancôme está avaliada em quase R$ 20 bilhões (ou US$ 6,3 bilhões) e ocupa o 90º lugar entre as marcas mais valiosas do globo. Para chegar nessa posição, a grife de beleza adquirida em 1964 pelo grupo francês L’Oréal investiu em inovação, marketing e embaixadoras de peso, com idades e belezas variadas como as de Isabella Rosselini, Penélope Cruz, Julia Roberts, Lupita Nyong’o, Lily Collins e Kate Winslet.
A expectativa dos franceses é que o novo eau de parfum (com preço sugerido de R$ 249 a R$ 429) seja o próximo best-seller da marca. Uma tarefa desafiadora para a divisão de luxo da L’Oréal que, para seguir em frente, não pode se esquecer de Petitjean, que iniciou sua trajetória com uma butique na Rua Faubourg Saint-Honoré, em Paris, vendendo uma pequena variedade de fragrâncias e produtos de beleza. Mais especificamente três perfumes, duas águas de colônia, um pó facial e alguns batons. Uma herança modesta, mas valiosa.