Agora, os testes irão investigar se o tratamento com a vacina do Bacilo Calmette-Guérin (BCG) melhora a produção de insulina natural pelo pâncreas de pacientes que ainda produzem uma pequena quantidade do hormônio. Se obtiver resultados positivos, o BCG poderá ser usado para reverter a doença.
O custo da vacina será baixo, pois o BCG existe há quase um século e está disponível em sua forma genérica. “Nós não apenas procuramos por algo barato e seguro, mas também queremos descobrir um tratamento que possa reverter uma das mais severas formas da doença em pessoas que têm entre 15 e 20 anos”, diz Denise.
A vacina estimula o sistema imunológico a ativar o fator de necrose tumoral (FNT), uma proteína que destrói as células T anormais que interferem na capacidade do pâncreas de produzir insulina. A elevação do FNT já tem comprovação de efeitos terapêuticos em algumas configurações do BCG.
O Hospital Geral de Massachusetts colaborou com uma divisão da Bill & Melinda Gates Foundation e a Organização Mundial da Saúde (OMS) para assegurar que as vacinas para os testes sejam de um fabricante de medicamentos administrado pelo governo japonês, conta Denise. “Tivemos de dar à FDA o certificado de que os processos de fabricação da vacina estão acima dos padrões dos Estados Unidos para que o BCG possa ser usado nos testes.”
Com financiamento contínuo, a cientista lançou um ensaio clínico da primeira fase dos testes em pessoas para provar que a BCG iria matar as células T ruins e estimular as células T boas para a restaurar a produção de insulina. Funcionou, embora os efeitos positivos fossem transitórios. Então, Denise começou a planejar um estudo maior para a segunda fase de testes para provar que injeções regulares de BCG seguidas de doses de reforço periódicas produziriam uma resposta sustentada.
Iacocca perguntou a Faustman por que ela não estava usando o BCG para curar diabetes em cobaias de ratos. “Eu disse que era muito cedo. Nós precisamos de mais ciência básica”, respondeu. “Ele olhou para mim e disse, ‘sabe, é o meu dinheiro.’ Nós fizemos um acordo de que se eu usasse os ratos como cobaias ele me daria apoio. Ele leva o crédito por apoiar o projeto que levou a descoberta que o FNT é necessário no tipo 1 de diabetes.”
Seja qual for o resultado, Denise diz que sempre será grata à Iacocca pela paciência de continuar a financiar a pesquisa com o BCG. “Muitas outras pessoas nos apoiam agora, mas a Iacocca Foundation faz uma grandiosa contribuição para as pesquisas”, conta. “Ele vê a questão em perspectiva e está disposto a procurar maneiras de mudar os paradigmas.”