Aids é a segunda principal causa de morte entre adolescentes no mundo

3 de dezembro de 2015

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O número de mortes em adolescentes causadas pelo vírus da Aids triplicou nos últimos 15 anos, apesar de todos os esforços a fim de conter a infecção. A maioria dos casos é recorrente na África Subsaariana e os dados foram anunciados pelo fundo infantil das Nações Unidas, na última sexta-feira (27).

Segundo a Unicef, a Aids é a causa número um de mortes entre adolescentes na África e a segunda principal causa de morte entre os adolescentes no mundo.

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Um estudo da organização constatou que a cada uma hora, 26 adolescentes são infectados e apenas um em cada 10, na África Subsaariana, passa por testes para o HIV. As meninas da região são desproporcionalmente afetadas. Entre de 15 a 19 anos, sete a cada 10 estão infectadas.

“É fundamental que os jovens HIV-positivo tenham acesso a tratamento, cuidados e apoio”, disse Craig McClure, diretor de programas globais da Unicef HIV/Aids, em uma conferência em Joanesburgo, na África do Sul. “Ao mesmo tempo, aqueles que são HIV-negativo devem ter acesso ao conhecimento e meios para manter-se de tal forma.”

Adolescentes compõem o único grupo de infectados cujos dados estatísticos de mortalidade não diminuem. Quase dois milhões de jovens entre 15 e 19 anos vivem com o vírus. Conforme o relatório da Unicef, cerca de metade deles vive em apenas seis países: África do Sul, Nigéria, Quênia, Índia, Moçambique e Tanzânia. Em Uganda, cerca de 1,5 milhão de pessoas vive com HIV, segundo a última constatação feita pela ONU.

Entre os que morrem por doenças relacionadas à Aids, muitos foram infectados ainda na infância, já que as gestantes portadoras do vírus não receberam o tratamento adequado para prevenir a transmissão. Algumas dessas crianças sobrevivem até a adolescência sem nem saber de seu estado sorológico.

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“Os ganhos que tivemos com a prevenção da transmissão de mãe para filho são louváveis e devem ser comemorados. Investimentos imediatos são necessários para obter o tratamento e o salvamento de vidas já infectadas”, disse McClure.

Apesar das dificuldades, muitos progressos também existem na batalha contra o HIV/Aids. Estatísticas da Unicef mostram que, desde 2000, cerca de 1,3 milhão de novas infecções foram evitadas entre crianças. Isso é resultado dos avanços em prol da prevenção da transmissão do vírus de mãe para filho.

Durante esta semana, na Conferência Internacional sobre Aids e doenças sexualmente transmissíveis, que ocorre em Harare, no Zimbábue, África, aproximadamente 150 médicos e cientistas de todo o mundo discutem novas recomendações e tratamentos mais rápidos e eficientes da Aids, incluindo uso de drogas retrovirais para o tratamento e prevenção de infecção.

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Na próxima segunda-feira (7), um painel de especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) apresentará diretrizes atualizadas, com base em novas tecnologias e desenvolvimento de remédios, que visam erradicar a doença, principalmente da África, até 2030.