Existem muitas maneiras de agregar valor a um produto e torná-lo uma marca altamente requisitada, que pode ser vendida por um preço alto no mercado. Empacotamento e distribuição convenientes são duas estratégias que, rapidamente, vêm à cabeça. Água, por exemplo, é algo que normalmente está disponível de graça quando consumida na fonte. Mas também pode ser comercializada quando engarrafada por uma empresa respeitável como a Coca-Cola e vendida gelada em locais como estações de trem e lanchonetes de escolas. Areia é outra coisa que pode ser coletada sem custo, mas temos de pagar quando precisamos dela e a compramos em lojas de materiais de construção.
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É possível pensar nestes termos também no caso do azeite de oliva, vendido por, aproximadamente, US$ 5 por litro a granel nas fábricas. O produto também pode ser encontrado por US$ 150 quando acondicionado em uma boa embalagem, nos sites populares, se comprovado que contém os fenóis corretos – compostos químicos que, de acordo com pesquisas, contêm propriedades que fazem bem à saúde.
Os fenóis protegem contra o oxidação de lipídios no sangue. Isso significa que o consumo diário de azeite de oliva com certificação pode oferecer proteção contra infartos e derrames. “O azeite é melhor quando consumido cru, adicionado à salada ou para cozinhar a comida”, afirma a chef ateniense Savina Katsabouri.
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De acordo com o especialista de marcas Antonis Kelesis, que já trabalhou para várias multinacionais, “o segredo para desenvolver uma linha bem-sucedida é agrupar vantagens do produto e incorporá-las à marca”. Já a Dra. Eleni Melliou, especialista em ciência culinária da Universidade de Atenas, diz que o segredo é inspirar e estimular o espírito competitivo e estabelecer regras claras para classificar os azeites de oliva.
Ao avançar nas pesquisas, ela, junto com outros pesquisadores, desenvolveu um método que mede, em alguns segundos, a quantidade destes componentes, tornando possível classificar o azeite de oliva em diferentes categorias. Esta classificação separa os azeites não a partir de características subjetivas, como sabor, mas algo mais objetivo – conteúdo saudável. Quanto mais alto este valor, maior a proteção e, consequentemente, o preço.
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A iniciativa impulsionou o azeite de oliva em um novo segmento de mercado – o de produtos saudáveis. Consumidores estão dispostos a pagar muito por algo que não apenas torna o que eles comem saboroso, mas também benéfico.