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A Rolls-Royce é uma marca com romance e história de longa data, que tem reinado no mundo automotivo desde o início dos tempos. Por isso, o novo Phantom VIII tem muitas expectativas para atender. O carro é um produto incrivelmente significativo para a grife, já que os Phantoms não são desenhados ou produzidos do zero com muita frequência.
FORBES: O Phantom é um carro como nenhum outro em termos de classe, majestade e estabilidade. Como vocês abordaram esse último modelo?
Giles Taylor: Respeitamos a história do Phantom, entramos sob a sua pele, entendemos as rotas e a base clássicas que o definem. Ao mesmo tempo, queríamos dar um passo maior em termos de modernidade, para encontrar um Phantom para a próxima geração de consumidores.
FORBES: O cliente típico da Rolls-Royce se tornou, recentemente, mais jovem e internacional. Apesar de a marca manter seus usuários tradicionais, a média de idade está em 40 anos, o que significa que há muitos clientes de 20 e 30 anos. Essa é uma das razões para tornar esse último Phantom mais voltado para o motorista?
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FORBES: Quão importante é ter apelo com a audiência mais nova sem alienar o cliente mais tradicional?
Taylor: Eu acredito, de verdade, em algo que tem atemporalidade – o classicismo moderno. Isso se resume a proporções, beleza em linhas, entender como a simplicidade pode ter classe. A Rolls-Royce tem que ser uma expressão do classicismo moderno para ter apelo com os clientes mais tradicionais.
Taylor: Eu concordo. Eles são precisos, limpos. Não têm um monte de detalhes bobos – então emanam luxo.
FORBES: Um dos principais destaques do Phantom é a galeria de arte no painel – uma chance para os clientes criarem a sua exposição sobre rodas. Isso é realmente um palco para a auto expressão, elevando o conceito de “feito sob medida”, tão crucial no luxo automotivo, a um nível completamente novo…
Taylor: Isso poderia ser uma caixa de Pandora! Mas será ótimo ver o que alguns dos nossos clientes mais artísticos e criativos vão fazer. A mensagem que estamos passando é: “Esse espaço é para você”. Os amantes das artes e os clientes mais confiantes não serão capazes de resistir – aqueles que dirigem esses carros têm egos e caráteres que precisam de expressão. Por outro lado, muitos clientes pedem para trabalhar com nosso time e buscar uma mão artística. Essa é a beleza disso.
Taylor: Como designers na indústria automotiva, a galeria abriu um mundo completamente novo. Nossos artesãos em Goodwood, na Inglaterra, amam um desafio e receberam a proposta muito bem. Ela é, realmente, uma característica inovadora no cenário automotivo. É algo que não funcionaria em um mundo “dentro da caixa”.
FORBES: A Rolls-Royce acredita que luxo envolve a jornada, criar um mundo que gire um pouco mais devagar, que seja mais como um santuário. No Phantom, o interior parece ser concebido ao redor da ideia do “envolver”. Você pode falar sobre isso?
Taylor: Sim, é sobre embelezar uma história. A ideia de “envolver” começa com a faixa na frente. Na traseira, a maneira como as portas suicidas (que abrem para trás) são posicionadas se torna um gesto de envolver, e os assentos do passageiro podem ser inclinados para encorajar a interação social. A tecnologia é controlada remotamente para permitir que os passageiros se sentem enquanto o mundo vem até eles. Um decanter de cristal e copos refrigerados feitos sob medida por nós estão alocados no painel traseiro. Finalmente, o teto cheio de estrelas completa a história.
Taylor: Todos os elementos do interior foram acabados à mão, com a assinatura do time de artesãos. Há uma conexão emocional. Isso é muito único para nós na Rolls-Royce.
FORBES: O Phantom VIII é o carro mais silencioso que vocês já criaram?
Taylor: Com certeza. Psicologicamente, envolver também é o toque do silêncio – a ideia de que você está dirigindo sem poluição sonora. Assim que as portas suicidas se fecham, o motorista do Phantom pode encontrar consolo interior. Mais do que qualquer um de nossos carros, o Phantom é sobre esse senso de privacidade e santuário.
Taylor: Sim, certamente.
FORBES: O carro conceito experimental 1003EX, exibido pela primeira vez em 2016, é uma declaração muito ousada do futuro do design para a Rolls-Royce na nova era da mobilidade. Apesar de ser um estudo conceitual, ele inspirou alguma das ideias interiores do Phantom, incluindo o conceito de “envolver” que você mencionou. Você pode explicar a ideia por trás do projeto EX?
Taylor: É a expressão máxima do futuro da mobilidade de super luxo – a alta costura automotiva. Nós falamos com nossos clientes o tempo todo e, no ano passado, eles expressaram fortemente o desejo de não querer dirigir um carro autônomo redondo em formato de bolha. Ainda assim, eles querem muito ser parte do futuro autônomo. É aí que o EX nos guia. O novo Phantom também usa uma arquitetura que nos permitirá explorar a propulsão elétrica. Isso é muito importante para nós.
Taylor: No que diz respeito a luxo, você tem de ser capaz de despertar as pessoas por meio do que eu gosto de chamar de “storytelling” e envolvê-las no mito da marca. Fazer algumas coisas que fazemos agora teria sido impensável no passado. O vídeo do Black Badge, por exemplo, é um pouco sexy demais para a Rolls-Royce! Mas nós podemos fazer isso agora, já que nossos clientes são substancialmente mais jovens.
FORBES: E em termos de design…
Taylor: O DNA da Rolls-Royce está voltado para a modernidade. Se você olhar para nossos Phantoms anteriores, por exemplo, há um senso de pureza no design, quase de austeridade. Não há muito acontecendo além de formatos limpos e o trabalho incrível de artesanato e execução. Modernidade, artesanato e alta tecnologia estão em nosso DNA.