Certa vez, a promotora de Justiça Gabriela Manssur, conhecida por seu trabalho de combate à violência doméstica, venceu um julgamento de 16 horas munida de poucas provas, mas com a certeza de que o réu havia cometido o crime. Braulio Lalau de Carvalho, CEO da Orbitall, do Grupo Stefanini, passou a ter uma percepção diferente da vida ao seu redor – notou até que um jacaré morava na lagoa ao lado da qual passava todas as manhãs, durante anos. O fundador e CEO da XP, Guilherme Benchimol, constatou que não basta trabalhar e adquirir conhecimento se não dermos atenção ao corpo e à saúde mental. Há cinco anos, a empresária Patricia Birman parou de sentir-se mal todas as vezes que não conseguia acompanhar um evento esportivo patrocinado por sua própria marca. E João Campos, CEO da PepsiCo no Brasil, aprendeu uma nova forma de terapia, obrigando-se a criar um momento do dia dedicado apenas a si mesmo. Ainda adolescente, João Amoêdo, empresário e fundador do Partido Novo, percebeu que havia uma forma de conseguir uma trégua das demandas e problemas do dia a dia. Há 14 anos, doses extras de energia e bom humor viraram rotina para a diretora da Amil Graciema Bertoletti. Duas décadas atrás, Cristina Palmaka, presidente da SAP, aprendeu uma forma eficiente de solucionar problemas complexos e colocar a cabeça em ordem. Abilio Diniz descobriu como ter mais disciplina no trabalho e na vida. E seu filho João Paulo aprendeu a ter mais confiança, calma e foco.
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O que esses líderes têm em comum? Todos eles atribuem essas (e várias outras) conquistas ao fato de terem completado ao menos uma maratona na vida. O treino, a preparação, a persistência, a estratégia, os percalços e a força de vontade necessários para cruzar a linha depois de 42.195 metros os ajudou a alcançar tais êxitos profissionais e pessoais. “Maratona é uma coisa cirúrgica. Tudo nela é estratégia”, diz o treinador Marcos Paulo Reis, fundador da MPR, a mais famosa assessoria esportiva do país.
“Nos Estados Unidos, sabe as duas primeiras perguntas que qualquer CEO faz para você? ‘Qual seu nome?’ e ‘Você já fez uma maratona?’”, diz ele, afirmando que as várias etapas dos treinamentos e da prova servem para mostrar do que você é capaz na vida corporativa. “A maior parte dos CEOs usa o esporte como ferramenta de condicionamento físico e também para ganhar mais foco e energia. Criar a rotina de evolução que o treino para a maratona exige é mais fácil para uma pessoa assim. Colocando uma meta e estabelecendo uma estratégia, o lado competitivo deles acaba aflorando. E eles estão acostumados a lidar com superação, por isso conseguem.”
Para Marcos Paulo, o primeiro triunfo de um executivo é completar a maratona. “Mas isso não acaba aí. Ele acaba mordido por aquele mosquitinho porque é competitivo. Quer entender melhor sua condição, sua realidade. Uma maratona gera autoconhecimento. É apenas você com sua cabeça por três, quatro, cinco horas. Depois de tanto treinamento, tanto esforço, tem o medo de não conseguir, de ‘quebrar’, que é como falamos quando a pessoa perde rendimento e se lesiona durante a prova. O CEO leva todo esse trabalho mental para seu ambiente corporativo, para sua vida.”
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O CEO do Grupo XP concorda. Correr uma prova longa é, para ele, como realizar algo importante na vida. “Você precisa de força de vontade, determinação, planejamento e muita resiliência para não desistir. É exatamente como a vida real”, diz Guilherme Benchimol. Ele, aliás, começou a correr na adolescência, como parte do treinamento para evoluir como tenista juvenil. “Meu sonho, nessa época, era seguir carreira. Ainda bem que não fui”, brinca. Treinar para os 42 km foi natural. “Aos poucos, você vai sentindo que gosta de distâncias cada vez maiores, que o seu corpo é resistente a esse tipo de atividade e, principalmente, que precisa de novos desafios para se sentir realizado. Não há nada mais recompensador do que superar um desafio como uma prova de longa distância. É um momento de muita superação e emoção.” Guilherme já fez 14 provas e acabou se apaixonando por ultramaratonas de montanha. “São provas de mais de 42 km feitas em trilhas e florestas. Elas misturam um desafio físico com um contato muito intenso com a natureza. No entanto, fiz apenas uma maratona com o tempo oficial. Foi em Miami, com 3 h 46 min.”
O empresário e político João Amoêdo também foi picado pelo tal mosquito. “Comecei a correr aos 17 anos. Meu interesse pela corrida veio por causa de sua praticidade, pelo condicionamento físico que produz e por me sentir bem correndo. Logo a ideia de vencer o desafio de completar 42 km me atraiu. Corri minha primeira maratona no Rio de Janeiro em 1992, com 19 anos.” A exemplo de Guilherme Benchimol, João sentiu a necessidade de se desafiar ainda mais. Além de ter completado 18 maratonas, também fez seis provas de Ironman. “Nas maratonas, meu melhor tempo foi na de Chicago: 2 h 55 min. No Ironman, foram 10 h 40 min. A corrida de longa distância me ajudou a desenvolver a resiliência, a capacidade de concentração, a determinação e a perseverança.”
Um dos grandes impulsionadores da corrida de rua – e da maratona – no país foi o empresário Abilio Diniz. Aos 35 anos de idade (hoje tem 82), quando ninguém falava de corrida de rua, ele já corria e incentivava os funcionários a fazer o mesmo. Para estimular a prática, no início dos anos 1990 abriu com o filho o Pão de Açúcar Clube. “Primeiro fui aprendendo a correr e depois aprendendo os benefícios disso. Fui pegando ritmo, aumentando a distância e a velocidade. Até que fui me empolgando com o esporte e um dia me deu vontade de correr uma maratona”, conta. Até hoje foram três completas, todas em Nova York.
“Houve tempos em que eu corria junto com pessoas que trabalhavam comigo, principalmente em maratonas de revezamento”, diz Abilio. “Isso era muito legal, dava um sentido de equipe, de companheirismo, e acabava melhorando ainda mais o ambiente de trabalho. Hoje, minha meta fundamental é longevidade com qualidade. Por isso, atividade física, para mim, tem que estar focada nisso.” O empresário diz que hoje corre muito menos, uma vez por semana, e dá tiros para treinar agilidade. “Dizem que o esporte e os desafios no campo de negócios endurecem mais a fibra das pessoas. Acredito que um acaba complementando o outro”, afirma. João Paulo, seu filho mais velho, também é maratonista. Ele começou a correr como parte do treinamento para o triatlo. Como sempre gostou de treinar com uma meta no horizonte, visando uma competição, inscreveu-se em provas pequenas, de 5 km, e foi aumentando as distâncias. “Criamos as corridas do GPA, e eu sempre treinava para essas provas. Até que resolvi correr minha primeira maratona, um enorme desafio”, conta ele. Foi em Nova York, em 1991. Ele lembra que, na época, pouca gente corria. “Mas mais do que correr a prova, gostei do ‘programa’ que era viajar com os amigos para fora, correr, passear…”
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O empresário, que carrega 20 maratonas nas costas, hoje mescla seus treinos de corrida com outros esportes, como skate, tênis e golfe. “Descobrimos que fazer esportes exageradamente não é tão benéfico quanto se pensava no passado”, explica. “Em geral, é preciso ter muita disciplina para treinar algum esporte. Você acaba levando isso para outras coisas da vida. Para mim, o esporte traz muita determinação, autoconhecimento e o gosto por desafios.”
Menos experiente na corrida, mas com o mesmo entusiasmo por ela, a empresária Patricia Birman começou a praticar o esporte há apenas cinco anos – e por um motivo “profissional”. “A Memo, minha marca, sempre apoiava eventos de corrida. E eu me sentia mal porque não conseguia acompanhar”, ela conta. “Era bem preguiçosa.” Foi quando conheceu sua atual treinadora, Angélica Martins, que mostrou a ela que era possível começar devagar e ir evoluindo aos poucos. Patricia passou a treinar com mais gente e descobriu que aquilo podia ser muito divertido. “Minha primeira prova longa foi a meia maratona do Rio. Depois veio a meia de Buenos Aires. Como as meninas já corriam fazia mais tempo, resolveram fazer uma maratona. Eu só segui os passos delas.”
A primeira e até agora única maratona que a herdeira do grupo Arezzo correu foi a de Buenos Aires. Chegou dentro da meta: 3 h 59 min. “Comecei a pedalar e a praticar triatlo, e ficou muito difícil conciliar os treinos com os da maratona. Hoje estou focada em treinar para correr meias e Ironman”, conta. A empresária atribui à corrida a energia de que precisa para seu dia a dia. “Quando não treino fico mole, com sono o dia todo. O esporte traz também um empoderamento que influencia diretamente na minha vida pessoal e profissional.”
Presidente da SAP do Brasil, a executiva Cristina Palmaka gosta de elencar seis características comuns entre a corrida e o mundo corporativo: “Objetivos claros, preparação, constância, trabalho em equipe, resiliência e equilíbrio físico e mental”, conta ela. “Outro ponto de enorme relevância para mim é a tranquilidade que a corrida traz. Para me preparar para uma maratona, eu corro uns 30 km – o que dá quase 3 horas. É muito tempo comigo mesma, dá para pensar bastante.” Cristina sempre praticou esporte, mas a corrida entrou em sua vida no ano 2000. Ela havia saído da Philips, a primeira empresa em que trabalhou, e migrado para a Compaq/HP. Na academia que frequentava havia aulas de corrida. “Sempre achei a corrida uma coisa meio solitária. Então comecei a fazer essas aulas. Achei interessante, uma coisa diferente.”
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No grupo, ficou sabendo sobre as corridas de rua. Em julho de 2000, participou da primeira. “Eram 8 km. Eu corri 4 e depois andei 4. Não tinha muito preparo”, lembra. Mas algo havia mudado: “Eu, que sempre achei a corrida algo tão solitário, comecei a sentir uma integração. E tem os objetivos que você coloca para si mesmo. Faz 8 km, 10 km, a São Silvestre…” As distâncias foram crescendo até chegarem às meias maratonas. Quando o marido resolveu fazer uma maratona, ela disse: “‘Isso é loucura! Não é para mim.’ É muito treino, muita dedicação, principalmente os treinos longos. Eu treinava 10 km, 15 km e ficava enrolando, esperando por ele.” Até o dia em que ele a convidou para outra maratona juntos. E Cristina topou. Era a de Chicago, em 2003. “Já fiz 13”, diz, orgulhosa.
Hoje, 4 milhões de pessoas praticam corrida de rua no Brasil. O negócio está tão grande que a Cosan, conglomerado que concentra as empresas Comgás, Raízen, Moove e Rumo, acaba de anunciar sua primeira campanha institucional patrocinando mais de 110 provas nacionais – entre elas as maratonas de São Paulo, Rio, Florianópolis e Curitiba, além da tradicional São Silvestre. “Atributos como resiliência, planejamento, determinação e superação, que cercam o universo da corrida, têm total fit com o negócio da Cosan”, diz Alexandre Loures, que criou a campanha com Nizan Guanaes, da N Ideias. Nizan, aliás, virou um maratonista convicto. Sem conseguir dormir e obeso, ele pediu ao médico um novo remédio para insônia – e recebeu como prescrição a prática de esportes de alto rendimento.
Outro executivo que atribui à maratona sua mudança de vida é Braulio Lalau de Carvalho, CEO da Orbitall. Há um ano e meio, Braulio estava com sobrepeso e sentindo-se indisposto. Os exames indicavam também um quadro de hipertensão. “Minha rotina era trabalhar e ir para casa. Estava fechado no mundo dos negócios e sem nenhuma iniciativa para cuidar de mim, da minha saúde. Foi então que decidi correr”, conta. “Foi como aprender a andar novamente. No início, eu fazia 1 km ou 2 km e comemorava cada conquista. Quando você percebe o ganho de rendimento e condicionamento, você se motiva. Fui aumentando a distância. Minha primeira prova de 5 km foi em Belo Horizonte, com 28 min 39 s. Terminei com o coração na boca.” Com treinos e melhores tempos, ele começou a considerar provas de 10 km e a São Silvestre. “Os corredores estão ali para sorrir, se divertir, e comigo não foi diferente. Fui pegando ainda mais gosto pela corrida. Parti para a meia maratona, em São Paulo. Foi quando comecei a contar com profissionais para apoiar meu desenvolvimento.”
Nutricionista, musculação e treinos de funcional, além de uma assessoria de corrida, entraram na rotina de Braulio. “A decisão de fazer a primeira maratona foi para me desafiar. E foi mágico. Ela aconteceu no ano passado, no dia do meu aniversário, em Amsterdã. Eu estava correndo fazia pouco mais de 7 meses e completei a prova em 4 h 39 min. Foi um sonho. Curti cada momento. A sensação de chegar ao final e ver que tudo o que você desenhou e planejou deu certo é indescritível.” O executivo, que agora está se preparando para uma prova de triatlo, conta que hoje, com 35 quilos a menos, tem disposição e energia para curtir os filhos. “Além disso, passei a ver a vida de forma diferente e enxergar o mundo ao meu redor, como perceber que tinha um jacaré morando na lagoa que é meu trajeto de anos em BH. Passei a notar as pessoas também. Outro ganho é que consigo ter tempo para pensar. Como corro por horas, consigo ter boas ideias, tomar decisões e criar. Às vezes, até gravo meus pensamentos para ouvir mais tarde. A corrida me ajuda a oxigenar a cabeça. Vale ressaltar que a empresa da qual estou à frente nos últimos dois anos teve crescimentos expressivos na casa de 25% a 30%, mostrando que é possível se dedicar ao trabalho e à saúde ao mesmo tempo.”
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A promotora Gabriela Manssur também vê em seu trabalho os resultados de sua dedicação ao esporte. Ela começou a correr há 20 anos, quando estudava para os concursos públicos, e viu na atividade física a flexibilidade necessária para aquele momento de sua vida – afinal, é possível calçar os tênis e sair para a rua a qualquer hora do dia. “A corrida é apaixonante, uma válvula de escape”, diz ela. “Comecei com 5 km, depois 10 km… Quanto mais você corre, mais vontade de aumentar o percurso tem. E chega um momento em que todo corredor quer correr uma maratona.” Gabriela já correu mais de 200 provas, sendo duas maratonas.
Foi uma delas que a ajudou no julgamento mencionado lá no começo deste texto. “Perder aquele caso me causaria uma frustração muito grande como promotora de Justiça. Percebi que o advogado do réu não tinha muito fôlego, estava se cansando. Pensei: se eu corri uma maratona, tenho fôlego para encarar isso, e ele não. Fiz o julgamento se alongar, ouvindo várias testemunhas, pedindo para repetir depoimentos, ler várias vezes o processo. Ele foi perdendo a energia e eu lá, firme e forte. Resultado: alcancei a linha de chegada e fiz o que tinha que ser feito: justiça.”
O exercício de vencer e superar desafios foi determinante para que João Campos, CEO da PepsiCo, se transformasse em um maratonista de corpo e alma. “Tudo começou com uma aposta que fiz com um amigo, quando morava na Inglaterra. Nós treinamos juntos por 12 meses e, no ano seguinte, em 2009, tentamos – e conseguimos – completamos a Maratona de Berlim”, diz. De lá para cá, João participou de mais três (Londres, Nova York e Chicago). “A corrida ajuda a aliviar a pressão do dia a dia. É um momento de autoconhecimento, de descontração e de satisfação”, afirma. Ele considera a primeira prova, a de Berlim, a mais significativa. “Meu amigo não se sentiu bem. Esperei ele para cruzarmos a linha de chegada juntos”, lembra. “A maratona exige disciplina e comprometimento. O desafio parecia impossível – afinal, eu nunca tinha corrido. Mas quando você tem determinação, preparo e foco, você vê que é possível atingir seu objetivo. Para mim, a maratona não é sobre vencer – e sim sobre se autoconhecer, saber seus limites e buscar superações.” Humilde, ele prefere não falar seu melhor tempo. “Corro pela diversão.”
Aluna de Marcos Paulo desde 1995, a diretora de gestão da rede médica do Amil Group, Graciema Bertoletti, afirma que não escolheu os 42 km – os 42 km a escolheram. Ela trabalhava no BankBoston e havia acabado de se mudar de São Paulo para o Rio. O banco oferecia um programa de corrida, e a executiva achou que era uma boa maneira de conhecer mais gente na cidade e manter-se em forma. “Nosso primeiro objetivo foi correr a São Silvestre em 1995. A primeira colocada do grupo seria patrocinada pelo banco para correr a maratona de Nova York em 1996. E eu ganhei.” Até hoje foram 13 maratonas, três delas dentro de provas de Ironman. “Meu melhor tempo é 3 h 23 min em Chicago, em 2014. Este ano, vou fazer a de Buenos Aires em setembro. Vou correr com minhas duas irmãs e tentar quebrar a marca de 3 h 20 min”, conta. “A corrida é um esporte individual, mas em que buscamos a motivação e o equilíbrio na equipe. Muitas vezes, não fazemos o tempo que gostaríamos, mas a continuidade da jornada é o que importa. A vida profissional não é diferente, é uma maratona de dias longos, reuniões difíceis, metas. Às vezes, falhamos aqui ou ali, mas é a busca contínua do resultado que nos leva mais longe.”
Veja, na galeria de imagens a seguir, 10 executivos apaixonados por maratona, seus melhores tempos e respectivos locais de corrida:
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Reprodução João Amoedo
Melhor tempo: 2 h 55 min
Onde: Chicago -
Reprodução Youtube João Paulo Diniz
Melhor tempo: 3 h 21 min
Onde: Chicago -
Reprodução Graciema Bertoletti
Melhor tempo: 3 h 23 min
Onde: Chicago -
Reprodução Cristina Palmaka
Melhor tempo: 3 h 36 min
Onde: Washington -
Anúncio publicitário -
Reprodução Guilherme Benchimol
Melhor tempo: 3 h 46 min
Onde: Miami -
Reprodução Gabriela Manssur
Melhor tempo: 3 h 51 min
Onde: Chicago -
Reprodução Patrícia Birman
Melhor tempo: 3 h 59 min
Onde: Buenos Aires -
Reprodução Abilio Diniz
Melhor tempo: 4 h 03 min
Onde: Nova York -
Reprodução Braulio Lalau
Melhor tempo: 4 h 39 min
Onde: Amsterdã -
Reprodução João Campos
Melhor tempo: Não declarado
Onde: Berlim
João Amoedo
Melhor tempo: 2 h 55 min
Onde: Chicago
Reportagem publicada na edição 68, lançada em junho de 2019
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