Sistemas e métodos sustentáveis podem ser aplicados ao sagrado ritual diário do café
Resumo:
O acúmulo global de filtros de papel descartados equivale a 1,5 milhão de árvores;
Embora os filtros de metal recebam algumas críticas por conta da dificuldade de limpeza e alteração no sabor do café, eles representam uma alternativa mais prática;
Conheça seis opções de filtros sustentáveis disponíveis no mercado.
Quando você joga fora, diariamente, moagens de café e filtros de papel, perde a oportunidade de fazer a diferença no planeta. Sistemas e métodos sustentáveis podem ser aplicados ao sagrado ritual diário do café. No caso daqueles que adotam o sistema manual de preparo da bebida, vou me concentrar em um componente indispensável: o filtro. Embora o papel possa ser compostado, não é algo muito prático em uma cidade grande, e o grande volume de filtros usados é impressionante.
A CoffeeSock, empresa de Austin, Texas, que fabrica manualmente filtros de café de algodão, estima que o acúmulo global das versões em papel descartadas seja equivalente a 1,5 milhão de árvores – ou cerca de quase 400 mil metros cúbicos de lixo.
A alternativa óbvia para substituição do papel são os filtros de metal. A marca de cafeteiras The French Press é a favor da iniciativa, mas muitos consumidores se opõem ao material pesado e à tendência de deixar sedimentos no fundo dos copos. Os cones de metal para produção de café já estão amplamente disponíveis, geralmente por menos de US$ 25 (cerca de R$ 100), e agora chegou-se a um ponto do desenvolvimento em que muitas das preocupações, como drenagem rápida, entupimento, dificuldade de limpeza e má construção, foram sanadas.
Ainda assim, os filtros de metal passam uma certa quantidade de sedimentos e óleos. Eles não necessariamente preparam a xícara mais limpa, mas produzem cafés que muitos descrevem como “pesado, encorpado e ousado”. Essa é uma desvantagem do uso de um filtro que não seja de papel e, de fato, a escolha do produto pode significar uma grande diferença no sabor e no corpo dos mesmos grãos, moídos quase da mesma maneira. O aspecto atraente de um filtro de algodão a partir de um perfil de sabor é que ele fica entre o papel e o metal. Os de papel, especialmente o grosso Chemex, filtram todos os sedimentos e a maioria dos óleos. Eles produzem um copo limpo, conferem menos corpo, diminuem o aroma e acentuam a acidez. Adjetivos como “brilhante, alegre e parecido com chá” são bastante comuns, dependendo da fonte do grão de café.
Confesso que estou atrasado neste aspecto do mundo cafeeiro sustentável. Tenho minhas próprias trituradoras, mas uso filtros de papel, às vezes três em um só dia. Acontece que como os filtros Chemex não são itens tão fáceis de encontrar, fiquei desfalcado. Com a central de abastecimento a uma distância de 45 minutos ou uma demora de dois dias para a entrega da Amazon Prime, eu já estava ficando cansado de reutilizar a última unidade que tinha disponível. Nesse meio tempo, comprei um filtro de papel comum na mercearia mais próxima – que rasgou após um minuto de uso sob o peso de moagens saturadas e água. O formato da jarra da Chemex, de funil, não suporta totalmente as moagens úmidas e exige um papel incrivelmente grosso para suspendê-,las acima do fundo.
Como aprendi a lição, fui em busca de alternativas de tecido e metal e descobri que viver com uma mentalidade sustentável requer novos hábitos, e os filtros de café reutilizáveis exigem trabalho extra, em comparação com a conveniência preguiçosa de jogar um filtro de papel usado no lixo. Logo após a fabricação, seja de metal ou de pano, você deverá enxaguar o filtro reutilizável com água fresca para facilitar a limpeza posterior. É preciso garantir que ele seque completamente antes de guardar e também fazer limpezas de manutenção uma ou duas vezes por mês. Um pequeno preço a pagar por um problema muito maior do que nossa rotina diária de café.
Veja, na galeria de fotos a seguir, algumas alternativas para fazer do seu café uma atitude mais sustentável: