Vendas globais de arte caíram 5% em 2019, mas EUA continuam no topo do mercado

10 de março de 2020
Reprodução/Forbes

Leiloeiro Oliver Barker vendendo a pintura de piscina de David Hockney “The Splash”, que alcançou US$ 23,1 milhões em 11 de fevereiro, na cidade de Londres, Inglaterra

O relatório “Global Art Market Report”, de Art Basel e UBS, divulgado na última semana, conclui que, em um cenário de políticas comerciais protecionistas, desaceleração do crescimento do PIB e agitação política e social nos principais mercados artísticos, o valor das vendas globais de arte e antiguidades caiu 5% em 2019 para US$ 64,1 bilhões. Esse número chegou próximo de US$ 63,7 bilhões em 2017 e representou 6% a menos do pico de US$ 68,2 bilhões em 2014.

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As vendas também caíram nos três principais centros artísticos. As transações nos Estados Unidos também diminuíram 5% ano a ano, para US$ 28,3 bilhões, mas ainda mantiveram o país com o título de maior mercado mundial, respondendo por 44% do seu volume total. As vendas baixarm na China pelo segundo ano consecutivo, para US$ 11,7 bilhões. Já o mercado do Reino Unido caiu 9% em 2019, para US$ 12,7 bilhões.

Em 2018, a quantidade de negociações de revendedores, galerias e leilões aumentou, de modo a elevar o volume global em um total de 6%, para US$ 67,7 bilhões naquele ano. Em 2019, as vendas mundiais nos setores de galerias e revendedores foram estimadas em US$ 36,8 bilhões, crescendo pouco mais de 2% ano a ano. Todavia, no mercado global de leilões, caíram 17% no mesmo período.

As obras de arte mais caras vendidas em leilão geram a maior atenção da mídia, principalmente quando novos recordes de negociações são estabelecidos, mas em 2019, o topo do mercado sofreu mais, com menos colecionadores preparados para enviar artigos de alto valor ao mercado. As vendas globais de obras artísticas com preço superior a US$ 10 milhões tiveram baixa de 39% (em valor), com 35% a menos de lotes vendidos. No geral, o valor dos negócios de arte contemporânea, pós-guerra e dos antigos mestres caiu 10%, e no que diz respeito às as peças modernas, reduziram 32%.

Nesse cenário, o foco crescente das principais casas de leilão nas vendas de arte particular parece estar valendo a pena: combinadas, as transações de Christie’s e Sotheby’s nesta categoria foram de mais de US$ 1,8 bilhão. Já os negócios artísticos on-line –um segmento muito popular, mas ainda relativamente pequeno– representaram US$ 5,9 milhões e 9% das vendas no mercado de arte global em 2019, uma queda de 2% em relação a 2018.

O relatório, escrito pela economista cultural Clare McAndrew, da Arts Economics (empresa independente de pesquisa e consultoria econômica focada exclusivamente na economia da arte.), incluiu uma pesquisa com 1.300 investidores de alto patrimônio líquido em conjunto com o UBS Investor Watch (pesquisa da UBS Wealth Management, companhia de serviços financeiros com sede em Zurique). Este é um dos estudos anuais mais abrangentes do mercado global artístico altamente obscuro, mas ainda tem suas limitações, principalmente quando se trata de transações privadas.

Além de incluir muitos dados sobre leilões de arte, amplamente disponíveis, o estudo também consultou 6.500 galerias e revendedores na Europa, Estados Unidos, Ásia, América do Sul e África e obteve 1.094 respostas. Esses entrevistados respondem coletivamente por um grande volume de vendas, mas uma pequena fração da comunidade total de revendedores. O relatório estima que existiram aproximadamente 296.580 vendedores em todo o mundo renegociando arte sofisticada e decorativa, antiguidades e artigos colecionáveis em 2019.

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