Château “misterioso”, que já recebeu a rainha mãe, abre ao público

13 de outubro de 2022
Moët & Chandon

O Château de Saran, da Moët & Chandon, foi construído em 1801

A quinta edição do Les Journées Particulières da LVMH acontece entre amanhã (14) e domingo (16). Este ano, 93 locais de 57 maisons do grupo abrirão suas portas gratuitamente em 15 países ao redor do mundo, para apresentar ao público a diversidade de negócios e know-how das suas empresas.

O Château de Saran, propriedade da Moët & Chandon, é talvez um dos espaços mais enigmáticos de todos. No coração de Champagne, na França, em uma área conhecida como Côte des Blancs por conta da predominância da uva Chardonnay, ele foi construído em 1801 como um pequeno pavilhão de caça por Jean-Remy Moët, neto do fundador da casa Claude Moët. Mais tarde, foi transformado por seu filho Victor Moët em um negócio infinitamente maior.

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O edifício imponente, com telhado inclinado e fachada em cor de linho cru que lembra o solo calcário (e favorável às vinhas) da região, é uma espécie de lenda local. “É muito visível e majestoso”, diz o enólogo e chef de Caves da Moët & Chandon, Benoit Gouez. “Mas há um elemento de mistério nisso. Todo mundo vê de longe os carros pretos chegando com os convidados.”

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O château ficou reservado dos olhos do público por muito tempo, apenas para hóspedes VIP

Hoje, o Château de Saran serve como um local exclusivo de hospitalidade da Moët & Chandon para um círculo de elite de clientes particulares, colecionadores e VIPs – estes últimos incluindo Kate Moss, Jay-Z, Roger Moore e até a falecida rainha Elizabeth, a rainha-mãe.

Moët & Chandon é a maior marca do portfólio de vinhos e bebidas do Grupo LVMH. Os números do primeiro semestre de 2022 viram os lucros gerais aumentarem 25% ano a ano, para € 1,15 milhão (R$ 5,8 milhões). Os volumes de champanhe aumentaram 16% no mesmo período, com 31,1 milhões de garrafas vendidas. A empresa também foi a fornecedora oficial das celebrações do Jubileu de Elizabeth 2ª, em junho.

Uma faceta importante da alta hospitalidade do Château envolve combinações harmonizadas de comida e vinho, às quais Gouez se refere como “um diálogo” entre os sabores de cada um.

Esses jantares acontecem no espaço do Château onde se guardavam as colheitas das uvas. Ele foi conectado ao castelo principal por um túnel subterrâneo, para que os hóspedes não precisem colocar os pés ao ar livre se não se sentirem dispostos.

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O Grand Salon

Quem tiver os ingressos do Les Journées Particulières poderá visitar o local, onde aprenderá com o chef executivo da Moët & Chandon, Marco Fadiga, como ele cria os alimentos.

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Os visitantes também farão um tour pelo Château. Os interiores passaram por uma reforma de cinco anos, concluída em 2019 pelo arquiteto francês e ex-cenógrafo da indústria cinematográfica Yves de Marseilles – também responsável pela reforma da antiga residência de Christian Dior, o Château de La Colle Noire, perto de Grasse.

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Uma das salas de jantar do château

A visita passará pelo salão meticulosamente restaurado, que abriga um retrato de Odette Vyau de Baudreuil de Fontenay, esposa do conde Frédéric Chandon de Briailles. No salão, heranças de família convivem com achados de casas de leilões, como sofás canapé que já ocuparam o The Ritz Hotel. Visitantes também verão duas das 11 suítes cinematográficas do Château: a sala Christian Dior e a sala americana no primeiro andar.

Essa última apresenta uma decoração da antiga Nova Orleans, com luminárias Art Nouveau Tiffany (desenhadas pelo filho do fundador da Tiffany & Co, a qual a LVMH adquiriu em janeiro de 2021). Já a suíte Dior é uma sinfonia do cinza da grife, a emblemática estampa francesa Toile de Jouy e uma enorme fotografia vintage de Monsieur Dior fazendo ajustes em Ava Gardner para seu filme “Dois Amores e uma Cabana”, em 1957.

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Suíte Dior

Todas as suítes foram pensadas para destacar momentos da história da marca. A americana comemora 1787, ano em que a Constituição americana foi criada e a Moët & Chandon chegou aos EUA.

Quanto à conexão com a Dior, ela é mais do que um aceno superficial ao portfólio do Grupo LVMH. Na verdade, vem de antes da aquisição da Christian Dior pelo presidente e CEO da LVMH, Bernard Arnault, em 1984, e da criação do conglomerado LVMH, em 1987. Moët-Hennessy comprou a Dior Parfums em 1969.

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