Mas turistas talvez queiram pensar duas vezes antes de planejar uma escapada romântica para a ilha tropical do Sudeste Asiático, que é apenas um pouco maior que o Distrito Federal.
Na última terça-feira (6), o parlamento indonésio aprovou uma polêmica revisão de seu código criminal, tornando o sexo fora do casamento punível com um ano de prisão. A legislação se aplicará a cidadãos e visitantes estrangeiros, embora não esteja claro como a lei seria aplicada.
Os jornais australianos foram rápidos em cunhar a frase “Bali bonk ban” para se referir à nova lei de moralidade. Uma parte considerável dos mais de um milhão de australianos que visitam a Indonésia todos os anos segue para Bali para aproveitar a areia, o surf e o sol.
Aguardando a esperada ratificação pelo presidente da Indonésia, Joko Widodo, o novo código penal entraria em vigor nos próximos três anos. A lei também restringe a liberdade de expressão, restabelecendo a proibição de insultar um presidente em exercício e outras autoridades. Insultar o presidente indonésio terá pena de até três anos de prisão.
A revisão da legislação chocou os ativistas de direitos humanos e colocou um enorme ponto de interrogação sobre o setor de turismo do país.
O vice-diretor da Human Rights Watch para a Ásia tuitou: “A aprovação do código penal de abuso de direitos da Indonésia que proíbe o sexo fora do casamento destruirá a indústria do turismo de Bali, é o que estou ouvindo no resort onde estou hospedado para uma conferência. Por que Joko Widodo e seu governo estão tentando arruinar o turismo do país?”
Em março, a Indonésia reabriu ao turismo após dois anos fechada para turistas internacionais durante a pandemia. Visitantes estrangeiros não precisam mais ficar em quarentena desde que sejam vacinados duplamente contra a Covid-19, tenham um teste negativo antes da partida e na chegada e possuírem um seguro saúde que cubra pelo menos US$ 15.000 em despesas médicas.
No mês seguinte, o Conselho Mundial de Viagens e Turismo divulgou uma previsão otimista de que a indústria do turismo da Indonésia criaria mais de cinco milhões de novos empregos na próxima década e contribuiria com US$ 118 bilhões para o PIB da Indonésia.
Agora, as autoridades de turismo do país estão preocupadas que as novas leis possam afugentar os turistas de suas praias idílicas. Maulana Yusran, vice-chefe do conselho da indústria de turismo da Indonésia, chamou a lei de “totalmente contraproducente”.