Na sede da galeria, em São Paulo em dezembro do mesmo ano, ele inaugurou a exposição “Estruturas Encontradas”. O título refere-se a uma versão brasileira do termo cunhado em 1915 por Marcel Duchamp (ready-made, em inglês, ou objet-trouvé, em francês), que descreve um objeto industrializado, comum, sem função artística anterior, elevado a arte a partir de uma nova manipulação desenvolvida por um artista. Com o revolucionário conceito como mote, expusemos obras de, entre outros, Fábio Miguez, Cao Guimarães, Milton Machado, Paulo Bruscky, Lucia Koch, Marlon de Azambuja, Raul Mourão e Brígida Baltar.
Com o falecimento de Baltar em outubro de 2022, em março/abril, sob o olhar de Oramas, montamos “Brígida Baltar (1959–2022): To Make the World a Shelter”, assim intitulada em alusão à sua poética que tentou fazer do mundo um lugar melhor. Em nosso endereço no Chelsea, a retrospectiva homenageou esta artista singular, pioneira, que transitava com desenvoltura entre as linguagens do vídeo, da performance, da instalação, do desenho e da escultura.
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Até novembro deste ano estamos com a escultura móvel em ferro, Cage Head, do multimídia Raul Mourão, exposta no canteiro central da Park Avenue com a Rua 68, claro, tudo devidamente organizado com o aval da prefeitura desta grande cidade. Outra proposta nossa, também encampada pela Big Apple, foi a performance que a artista paraense Berna Reale fez no dia 8 de maio caminhando da Rua 58 ao Columbus Circle até o Central Park.
Originalmente perita criminal da Polícia de Belém de profissão, Reale também integra a importante coletiva “Dissident Practices: How Brazilian Women Artists Respond to Social Change” (Práticas dissidentes: como as artistas brasileiras respondem às mudanças sociais) com grandes nomes da vanguarda brasileira feminina como Anna Bella Geiger, Anna Maria Maiolino, Regina Vater, Rosana Paulino e Lenora de Barros. O evento fica em exibição até 16 de junho no bairro de Hell’s Kitchen na Anya and Andrew Shiva Gallery no complexo do John Jay College of Criminal Justice, que tradicionalmente exibe mostras voltadas a questões de justiça social.
Até 16 de junho, em nossa galeria nova-iorquina, exibimos dois artistas extraordinários em “Parallel Inventions: Julio Le Parc & Heinz Mack”, sob curadoria de Oramas. Apesar de ambos não se conhecerem, Le Parc, argentino vivendo em Paris e hoje com 95 anos, e Mack, alemão de 92 anos vivendo em seu país nativo, desenvolveram obras inventivas, pioneiras, com conceitos paralelos, conforme indica o título da mostra mas, e muito importante, cada qual com sua linguagem marcante.
Com colaboração de Cynthia Garcia, historiadora de arte cynthigarciabr@gmail.com.
Nara Roesler fundou a Galeria Nara Roesler em 1989. Com a sociedade de seus filhos Alexandre e Daniel, a galeria em São Paulo, uma das mais expressivas do mercado, ampliou a atuação inaugurando no Rio de Janeiro, em 2014, e no ano seguinte em Nova York.
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