A nova empreitada do Under 30 é um investimento na marca nacional de slow fashion Filadelfio, criada em 2015 e especializada em roupas básicas de qualidade. No esquema media for equity, ele entra como novo rosto da empresa em troca de uma participação societária. O plano é que o filho caçula do cantor Leonardo seja responsável pela divulgação e curadoria de tendências da Filadelfio e, com o tempo, atue mais no processo criativo da label.
João Guilherme vira empresário fashion com Filadélfio; veja fotos
Atualmente trabalhando em produções para Netflix (“Depois dos 15”), Globoplay (“Vicky e a Musa”) e HBO (“Da Ponte pra Lá”), a decisão do artista de ser empresário tem a ver com sua vontade de se aproximar do mundo fashion. “A moda já faz parte do meu trabalho e da minha vida o tempo todo, e queria colocá-la em um lugar mais profissional. Nada melhor do que trabalhar com o que a gente gosta”, disse ele à Forbes Brasil.
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A expectativa com a nova sociedade é um crescimento de 30% na receita em 2024, além de um acréscimo de R$ 4 milhões no faturamento da Filadelfio nos próximos três anos. “A entrada de João Guilherme é um marco para esse novo momento da marca, que tem como objetivo expandir ainda mais o alcance e fidelização da nossa comunidade”, afirma Rafael Sanches, fundador e diretor criativo da empresa, também Under 30.
À Forbes, João Guilherme falou sobre o momento profissional, sua relação com a moda e o que espera da sua carreira daqui para frente. Veja a seguir:
Forbes Brasil: Qual o timing desta decisão de dar start no seu lado empresário?
João Guilherme: Estou em um momento da carreira que, depois de ter trabalhado um bom tempo como ator, com publicidade e internet, tinha uma verba para reinvestir em mim mesmo e em novos projetos. E essa parte empresária sempre existiu na minha família. Minha mãe, meu padrasto e meu tio são empresários e, de alguma forma, eu também sou um CNPJ. A gente sempre teve esse lado.
Por que investir em moda? Qual é a sua relação com ela?
Minha relação com a moda é ótima, somos melhores amigos (risos). Já tem um tempo que eu me visto da maneira que eu me sinto bem, realmente não tenho uma regra sobre o que usar ou não usar. Experimento tudo, tenho gostado de inovar e cada vez mais comecei a ver roupa realmente como arte, como uma forma de expressão. Hoje em dia, a parte mais divertida de sair de casa é me arrumar, montar uma roupa. Gosto de brincar com isso. Então estava na hora de começar a trabalhar com isso. Nada melhor do que trabalhar com o que a gente gosta.
E, graças a Deus, depois de alguns anos construindo uma imagem nas redes, buscando um espaço dentro do mercado fashion nacional, hoje tenho acesso a muitas marcas e às pessoas que criam – e já desfilei para algumas, tenho projetos, parcerias. É um lugar que eu me sinto muito bem recebido.
E como surgiu a oportunidade de colaborar com a Filadelfio? O que te fez escolher a marca como seu primeiro investimento?
Já conhecia o Rafa [Sanches] durante muito tempo. Acabamos criando uma relação de amigos e, como uma pessoa que consome fashion, também já sabia do trabalho da Filadelfio. É uma marca que tem identidade e que eu acho super bacana. E eles estavam em um momento pós-pandêmico onde muitas marcas tiveram que se reestruturar, adaptar ou procurar soluções e oportunidades para crescer. Um dia conversando, ele acabou dizendo que estavam procurando sócios, alguém que poderia vir pra gente ajudar em uma nova fase, e o Rafa reconheceu o espaço que eu tenho, a maneira que comunico fashion. Por isso decidi entrar em uma marca de amigos, de conhecidos, pessoas que eu já confiava. Porque além de trabalhar com o que gosta, não tem nada melhor do que trabalhar com as pessoas que você gosta. E é um elenco jovem, eu dou muito valor nisso.
De que forma você pretende atuar no dia a dia da marca? O que irá agregar à Filadelfio?
Espero, inclusive, um dia poder botar o meu dedo na parte de criação e trazer um pouco das minhas visões junto com o Saches e sua equipe. Estar na parte criativa é uma questão de tempo [de espera], que não deve ser muito longo.
Como será a rotina de conciliar os negócios com seus outros projetos, em especial de ator?
Eu tenho trabalhado muito, né? Como ator tem bastante demanda. E eu pretendo continuar fazendo isso, até porque desde pequeno essa é a minha carreira número um, é o meu foco. E foi isso que me permitiu fazer o que eu estou fazendo hoje, por exemplo, de entrar numa marca. Vai ter que ter um stock de prioridades. Até porque agora, na parte de empresário, eu também consigo ter uma equipe, que vai me ajudar a fazer esse tipo de trabalho. Ninguém consegue ir para o set por mim.
O que podemos esperar do João Guilherme empresário? Já tem no horizonte outras ideias de negócios, outras áreas de atuação?
Sempre tive vontade de ter a minha marca de roupa. Hoje eu tenho um pedaço de uma marca, que é uma parte que eu também considero minha. Mas começar uma coisa do zero, com 100% de liberdade, eu acho lindo também. Acho lindo entrar num lugar que funciona, onde eu já me identifico e me sinto à vontade, mas também criar o meu mundo. Isso deve acontecer em breve. Vejo daqui a três, quatro anos, eu trabalhando com várias marcas diferentes – uma como criativo, outra como gerente, outra como dono, por exemplo.