Com programas de até € 45 milhões, Europa busca (e paga) por novos moradores
Giovanna Simonetti
21 de julho de 2023
Getty Images
A região italiana da Calábria é um dos destinos na Europa que pagam novos residentes
Nos últimos anos, a Europa passa por um sério problema: o envelhecimento sem freio de sua população. Com menos nascimentos e uma expectativa de vida cada vez maior, a perspectiva é de que até 2050 um terço da população do continente terá mais de 65 anos, acima dos 20% atuais, enxerga a Comissão Europeia. Projeções atuais também apontam que a população da UE atingirá seu pico em 2040, com 526 milhões de habitantes – hoje esse número é de 447 milhões -, para depois ter uma queda de 30 milhões até o final do século.
Mas nem é preciso olhar para o futuro para ver a crise demográfica. Atualmente, segundo dados de 2021 da Statista, a Europa já lidera a proporção da população idosa com 19%, seguida pela América do Norte (com 17%) e a Oceania (13%). Entre os países que envelhecem mais rápido está a Itália, com uma população em encolhimento constante desde 2014 – segundo o presidente da Instituição Nacional de Estatística da Itália (Istat), Giancarlo Blangiardo, a perda acumulada em quase uma década é de 1,36 milhão de habitantes.
O país da dolce vita é a segunda nação mais velha do mundo, atrás somente do Japão. Por lá, as pessoas com mais de 65 anos somam de 4,2% a 23,8% do total da população, enquanto a faixa etária abaixo dos 15 anos diminuiu de 34,2% para 12,7% – uma proporção de 187,9 idosos para cada 100 jovens. E uma idade média de 46 anos.
Este cenário de crise já acendeu o alerta da Itália, mas ela não está sozinha. A preocupação é tanta que certas nações europeias, em um esforço de atrair novos moradores (especialmente famílias com filhos), estão dispostas a pagar milhares de euros por isso. Sim, pagar às pessoas para se mudarem para suas cidades, em sua maioria antigas, isoladas e com pouquíssimos habitantes, para dar um gás na economia local e criar comunidades que se perpetuem por mais tempo, além de revitalizar imóveis abandonados.
Os incentivos para morar na Europa, da Irlanda à Grécia, podem chegar a € 84.000 por pessoa (aproximadamente R$ 440 mil), em programas governamentais com orçamentos de até € 45 milhões. É claro que existem pegadinhas, com cada destino tendo suas próprias regras e condições para dar tanto dinheiro para novos moradores. Mas a intenção é clara, em uma corrida contra o tempo.
É seu sonho morar na Europa? Veja a seguir 12 iniciativas de países do continente que podem te ajudar a realizá-lo – te pagando por isso, inclusive