Veja fotos de Zé Celso:
Com dezenas de prêmios no currículo, como APCA e Shell, além de ter dirigido e atuado em peças emblemáticas da dramaturgia nacional, Zé Celso era um dos maiores nomes do teatro brasileiro e o cérebro por trás do Teatro Oficina, uma das mais importantes companhias de teatro do Brasil.
Vida e obra
Zé Celso nasceu em 1937, em Araraquara, interior de São Paulo. Formou-se pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP, mas não seguiu a carreira de advogado. O interesse pelas artes existia desde criança, mas foi durante a faculdade de direito que ele passou a estudar métodos de atuação, mais especificamente do russo Constantin Stanislavski, e que conheceu Renato Borghi, com quem, junto a outros colegas, fundaria em 1958 o Teatro Oficina.
Um ano depois, fez novamente história com a única montagem autorizada por Chico Buarque de “Roda Viva”, na qual instaurou a quebra da quarta parede como a conhecemos hoje. A plateia era colocada dentro do palco e o palco dentro da plateia, da forma mais experimental e disruptiva possível.
Nessa época, quando o Brasil vivia o início do regime militar, o Oficina chamou atenção por suas atuações inovadoras, de forte interação com o público e críticas sociais. Zé Celso foi censurado, preso e torturado e, em 1974, exilou-se em Portugal, onde recompôs o Oficina-Samba e apresentou espetáculos. Em seguida, foi para Moçambique, onde realizou o filme “25”, sobre a independência daquele país, e, em 1978, voltou a São Paulo. Em 1991, retornou à cena em “As Boas”, de Jean Genet. “Os Pequenos Burgueses”, “Os Sertões”, “As Bacantes”, “Na Selva das Cidades” são outras obras que marcaram a carreira do dramaturgo.
Zé Celso havia se casado em junho com Marcelo Drummond, com quem viveu por 37 anos, e, antes de morrer, planejava a adaptação do livro “A Queda do Céu”, “soprado” pelo xamã ianomâmi Davi Kopenawa ao etnólogo francês Bruce Albert.