Como o maior evento de coquetelaria do mundo ajuda a Diageo a crescer

22 de setembro de 2023
Bruno Basila

A paranaense Vitória Kurihara vai ser a representante do Brasil no World Class 2023, a Copa do Mundo dos bartenders e mixologistas

Alguns dos melhores bartenders e mixologistas do mundo estarão em São Paulo na próxima semana, todos com o mesmo objetivo: o título do World Class Competition, a “Copa do Mundo” do setor.

Essa é a primeira vez que o campeonato, um dos mais importantes de coquetelaria do planeta, chega à capital paulista, com a final da sua 14ª edição marcada para a quinta-feira (28). Para eleger o melhor bartender do mundo de 2023, entrarão em disputa candidatos de 54 nacionalidades, cada um deles vencedor da etapa local do prêmio em seus respectivos países. Quem veste a camisa pelo Brasil é a paranaense Vitória Kurihara, do bar Duq, de Curitiba.

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Nas provas práticas do torneio, que desafiam a criatividade, técnica e velocidade dos bartenders – avaliados por um júri de profissionais premiados da coquetelaria, como Ago Perrone e Tato Giovannoni –, uma coisa será comum a todos: a matéria-prima. Todos eles competirão com destilados da divisão premium da Diageo, a grande patrocinadora do campeonato, que investiu neste ano o dobro do valor da edição anterior.

O investimento alto tem suas motivações. Muito além da conquista pessoal e projeção do bartender número 1, o World Class virou um importante instrumento de crescimento e consolidação de marca para a companhia de bebidas alcoólicas, que tem em seu portfólio labels como Johnnie Walker, Don Julio, Tanqueray e Cîroc.

Bruno Basila

Ao todo, 54 países estarão representados na etapa mundial do World Class

“Essa é uma maneira de impulsionar a coquetelaria e, como consequência, fortalecer nossas marcas. Nosso retorno vem por meio do aumento do amadurecimento do mercado, pelo interesse crescente em coquetéis – a forma preferida de consumo dos nossos produtos para grande parte dos consumidores –, e também no conhecimento mais profundo sobre nossas marcas, o que gera fidelização de clientes”, explica Patricia Borges, vice-presidente de marketing da Diageo no Brasil.

Para a executiva, o concurso é uma forma de estimular a profissionalização do setor – algo “essencial para o crescimento sustentável” do mercado de bebidas e coquetéis. “Ao nos permitir colaborar com os melhores bartenders e mixologistas do mundo, a competição resulta em inovações que beneficiam a indústria como um todo”, afirma.

Neste sentido, ao movimentar mais de 1.000 bartenders e mixologistas nas etapas nacionais até chegar à grande final mundial (além de ter treinamentos e workshops antes das provas), o World Class impacta concretamente vários elos da cadeia. Primeiro, os próprios profissionais bartenders, que recebem reconhecimento e exposição do seu trabalho autoral. Segundo, os donos de bares ou restaurantes, que podem se atualizar sobre o que há de mais moderno na indústria e ter contato com uma mão de obra cada vez mais qualificada.

Bruno Basila

Os participantes são sujeitos a várias etapas de provas práticas, todos com produtos premium da Diageo; na foto, o bartender Rodolfo Bob na etapa nacional do campeonato

Até os consumidores finais entram na conta, ao ganhar um guia de referência para influenciar o que e onde bebem. A última cartada da Diageo após o anúncio do vencedor vai nesta direção: com o Cocktail Festival, drinks dos melhores bartenders do mundo estarão disponíveis em bares parceiros de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Brasília, até 16 de outubro.

Brasil em foco no World Class e na Diageo

A escolha de São Paulo para a final não é à toa. A competição global volta ao Brasil após uma década – a primeira e última vez havia sido no Rio, em 2012 – ao perceber um setor de bares e coquetelaria local em ebulição. “Estamos testemunhando um aumento significativo na qualidade e na criatividade dos coquetéis brasileiros, tornando-se uma referência global”, diz Patricia. “Adoro citar o exemplo do Moscow Mule, drink clássico à base de vodka, consistente em todos os países, mas que só aqui no Brasil é feito com espuma de gengibre. Isso dá uma bossa ao drink e é um exemplo do tipo de inventividade e ousadia que vemos aqui e que podem servir de inspiração para o mundo”.

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Mais que referência, o mercado brasileiro (especialmente o paulista) virou um ponto crucial da estratégia da Diageo, junto com outras cidades importantes dos Estados Unidos, Europa e Ásia.

“O mercado está em amadurecimento e o potencial é imenso. E a companhia está comprometida em investir e impulsionar ainda mais o seu crescimento, na capacitação de profissionais e na promoção da qualidade dos coquetéis no país”, afirma a VP.

Quem concorda é Manoela Mendes, diretora nacional do portfólio de luxo da marca: “Ao realizar o World Class no Brasil, a Diageo se posiciona como um dos principais agentes do crescimento deste setor no país”.