O dia depois de amanhã

1 de dezembro de 2023

Termo relativamente novo, o “wellness” já consta oficialmente no dicionário para definir o conjunto de atividades que conduzem a um entendimento mais amplo e panorâmico de vida saudável, de dentro para fora e de fora para dentro, inclusive na escala dos empreendimentos, fundamentando casas e subindo pelos edifícios. Uma descoberta quase centenária que vem evoluindo recentemente graças aos serviços de inteligência de arquitetura e engenharia em 360 graus, como os certificados pelo Green Building Council. Finalizado em 1933, o Sanatório de Paimio, na Finlândia, era um “instrumento médico”, segundo seu autor, Alvar Aalto. Havia uma demanda urgente por hospitais na Europa, posto que a tuberculose era a doença que mais sobrecarregava o sistema de saúde à época.

Sua erradicação havia se tornado um compromisso nacional nas primeiras décadas do século 20. Paimio consolidou a Arquitetura Funcionalista com princípios Modernistas como integração com a natureza, luz do sol e circulação do ar, atingindo um elevado padrão de saúde e higiene que se tornou simplesmente o melhor tratamento para a pior epidemia daqueles tempos. Essas técnicas construtivas transbordariam da arquitetura hospitalar e alcançariam muitos outros braços em nome do bem coletivo nas urbes. No combo da evolução, viriam alguns efeitos colaterais – hoje, 40% das emissões de gases de efeito estufa, 50% da extração dos materiais naturais e 48% de toda energia elétrica são consumidas pelas edificações.

Minimizar esse impacto é a grande missão do Green Building Council Brasil, entidade sem fins lucrativos que abarca mais de 700 empresas pelo país, para emitir os certificados GBC Casa & Condomínio, LEED e o protocolo LIFE. “Não existem fronteiras residenciais ou corporativas. Saúde, bem-estar, conforto e sustentabilidade precisam caminhar juntos, já que passamos, em média, 90% do nosso tempo em espaços construídos. A arquitetura pode colaborar muito para essa qualidade, com elementos como integração com a natureza, ventilação e iluminação naturais, flexibilidade e otimização dos espaços, conforto acústico e térmico, além das técnicas de sustentabilidade social e ambiental aplicadas em todas as etapas”, conta Raul Penteado, Presidente do Conselho de Administração do GBC.

O Green Building Council analisa práticas nas áreas de energia e atmosfera, água, materiais e recursos, implantação, qualidade interna do ar, conforto, requisitos sociais e inovação. Com práticas e metas bastante acima do que determinam as normas técnicas que legislam o setor, o GBC já garante redução, em média, de 40% a 50% dos gastos com água, 25% do consumo de energia e 85% do total de resíduos de construção desviados de aterro, sem falar na otimização dos custos operacionais. Uma ação real e imediata para garantir o dia depois de amanhã. www.gbcbrasil.org.br | @gbcbrasil

Edifício IDEA Bagé*, Porto Alegre, arquitetura Flávio Lembert

GBC CONDOMÍNIO Platina, 40% de eficiência energética, conforto térmico, acústico e luminoso acima do nível superior da norma, geração de 100% de energia renovável da área comum e 1/3 para área privativa, 70% da demanda de água quente por painéis solares, reaproveitamento de recursos hídricos a ponto de não usar água potável para irrigação e limpeza, priorização de fornecedores com declaração ambiental de produto e redução de R$ 10 mil/ano na conta de condomínio de cada apartamento.

Casa FM136*, São Paulo, arquitetura Rafael Assis, JAA Arquitetura e Miguel Aflalo

GBC CASA Platina, redução de 75% mais eficiente em energia, geração de 94% da energia renovável, 70% da demanda de água quente por painéis solares, estudo de avaliação de ciclo de vida que evidencia a redução de 40,5% das emissões de CO2 . Uma casa sustentável, que prioriza os itens de conforto e saúde dos moradores, com custo de construção próximo do convencional mas que garante a redução de 50% dos custos de energia, água, gás e manutenção para os próximos 50 anos de operação.

*Projetos aprovados por meio de uma iniciativa durante as reuniões do G20 em 2023 na Índia, um “paper” que elencou os 100 projetos sustentáveis mais icônicos do mundo. 

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