A demanda tem sido grande, com alguns itinerários esgotando rapidamente – até mesmo roteiros de volta ao mundo em até quatro meses. O crescimento vem sendo tão expressivo que algumas redes hoteleiras resolveram surfar nessa onda, incluindo Four Seasons, Ritz-Carlton, Aman, Belmond e Orient Express.
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Os cruzeiros de luxo mostram que navegar com conforto e boa mesa é uma experiência segura, mesmo em tempos turbulentos e possui uma das melhores relações custo-benefício do mercado. “Esses itinerários permitem descobrir em uma mesma viagem lugares e experiências diferentes, da maneira mais tranquila possível”, explica Simon Mayle, diretor de eventos da ILTM (International Luxury Travel Market).
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“Milionário por uma semana”
Glen Moroney, CEO da australiana Scenic Cruises, apostou no Scenic Eclipse I, primeiro iate de expedição de luxo do mundo, ainda em 2021. Focado nos polos e com direito a minissubmarino e a dois helicópteros a bordo, até hoje inspira novas embarcações de luxo. “Queria que meus amigos não milionários pudessem se sentir milionários ao menos por uma semana.” É assim que Moroney justifica a boa ideia de negócio. Deu tão certo que acaba de lançar o iate-irmão, Scenic Eclipse II, que chegará também a destinos exóticos e remotos, como Papua-Nova Guiné, Ilhas Solomon, Vanuatu e Fiji.
Além dele, diversas novas embarcações de luxo estão chegando este ano. O Silver Nova, da Silversea Cruises, é o mais esperado novo navio do mundo. Com inauguração prevista até o final do verão europeu, será o primeiro com gás natural líquido e motor híbrido, podendo ser recarregado a cada escala. Todas as suítes terão vista para o mar (algumas com terraços com jacuzzi privativa e impressionantes 270 graus de vista), sistema com tudo incluído e mordomo.
O nicho é tão sedutor que até a Oceania Cruises, antes considerada “upper premium”, colocou seu pé nos cruzeiros de luxo ao inaugurar o Oceania Vista: 100% das cabines com varanda, 10 restaurantes, inovador programa de mixologia e uma inédita área molhada com espreguiçadeiras e daybeds.
A hotelaria pede passagem nos cruzeiros
A crescente demanda por esse tipo de cruzeiro gerou uma inédita parceria com a hotelaria tradicional. Das grandes redes, a Ritz-Carlton foi a pioneira, lançando o Evrima, para 298 passageiros, com suítes dúplex, gastronomia três estrelas Michelin do Sven Elverfeld e um spa ESPA. Duas embarcações irmãs, Ilma e Luminara, já estão em construção.
Depois veio a Belmond, com seu Coquelicot, para cruzeiros fluviais privativos na região de Champagne. São apenas quatro suítes (com banheiros em mármore e tudo) com total customização e personalização de serviços – incluindo atividades exclusivas em parceria com a Maison Ruinart.
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A Aman Resorts também quis aproveitar a maré: seu Aman Sama terá apenas 50 suítes, itinerários focados em wellness, dois helipads, o primeiro jardim japonês em alto-mar e, é claro, um enorme Aman Spa.
O anúncio mais recente veio da Orient Express: seu Silenseas, com inauguração prevista para 2026, será o maior veleiro do mundo, com design de Maxime d’Angeac – o mesmo dos luxuosos trens da marca. Serão 54 acomodações (incluindo uma espetacular suíte presidencial de 1.415 metros quadrados) e um revolucionário sistema de propulsão a vento.
Reportagem publicada na edição 110 da revista, disponível nos aplicativos na App Store e na Play Store e também no site da Forbes.