Este ano a capital paulista vai receber 579 blocos, 117 a mais que no ano passado, e espera aumentar o número de visitantes, já que ano passado foi identificado que somente 8,2% dos foliões eram de fora da cidade, o que confirma o potencial do evento de crescer ainda mais.
Mesmo tendo movimentado R$2,9 bilhões no ano passado, o carnaval de rua paulistano ainda sente gargalos entre marcas e blocos, fato comprovado por Rogério Oliveira, co-fundador do Coletivo Pipoca, produtora de alguns dos maiores blocos de ruas do Brasil em sociedade com artistas e grupos como Alceu Valença, Monobloco, BaianaSystem, Chico César, Maria Rita, Orquestra Voadora, Bloco do Sargento Pimenta, Mariana Aydar. “Ainda há um desencontro entre marcas interessadas em apoiar a força cultural brasileira que é o carnaval e os artistas e/ou blocos que gostariam de receber mais investimentos para potencializar seus projetos artísticos”, disse em entrevista exclusiva à Forbes.
O Pipoca também está investindo em dois novos núcleos, o Marcas do Carnaval, uma curadoria que cria conexão entre marcas e blocos de todos os tamanhos, em todas as cidades do Brasil e resolve dores nas duas pontas dessa equação e o PIPOCA TV, que tem como foco realizar uma cobertura e transmissão de forma mais contemporânea dos bastidores, dos blocos e artistas do carnaval de rua do Brasil.
“O objetivo é facilitar a conexão entre blocos e marcas no país, além de criar um novo formato de conteúdo e mídia para os foliões”. Confira entrevista exclusiva com Rogério Oliveira a seguir.
Qual a expectativa para o carnaval de rua de SP este ano?
O Pipoca está cuidando de quais blocos em São Paulo?
Em São Paulo estamos promovendo a terceira edição do Carnaval Viva a Rua, com a presença de Alceu Valença, Monobloco, Chico César, Maria Rita, BaianaSystem e Orquestra Voadora, partindo do Obelisco, no entorno do Parque do Ibirapuera. Também estamos encarregados do Bloco do Sargento Pimenta e Forrozin, com Mariana Aydar, no centro da capital paulista, dentre outros.
O maior Carnaval de rua ainda é o de Salvador?
O carnaval de rua de São Paulo já está maior que o do Rio e Salvador?
Sim, o carnaval de rua especificamente. Se pegar o movimento todo de carnaval, com os desfiles da Sapucaí, aí o Rio de Janeiro é o maior, maior que Salvador.
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São Paulo vai receber quantos blocos este ano?
Fazem um trabalho conjunto com a prefeitura?
Hoje não mais, mas como fomos muito pioneiros nessa história, desde 2011, a gente se juntou com poucos blocos que existiam e alguns que estavam nascendo, como o Baixo Augusta e a Confraria do Pasmado, e participamos do nascimento da política pública do carnaval de rua em São Paulo, ajudamos a redigir os decretos, as regras. Naquela época a capital ainda não tinha decidido que modelo ia seguir, porque o carnaval de rua paulista podia muito bem ter seguido um modelo, sei lá, como o de Salvador, que permite a venda de abadás para as pessoas ficarem dentro da corda. Nós defendemos esse modelo mais democrático, sem áreas vips e camarotes, de rua mesmo, que é o que reina até hoje.
E o coletivo Pipoca nasceu como uma produtora de blocos de carnaval e hoje estão expandindo o negócio para outras áreas da folia. Conta um pouco deste momento.
Disse que ainda há um desencontro entre marcas interessadas em apoiar a força cultural brasileira que é o carnaval e os artistas e/ou blocos que gostariam de receber mais investimentos para potencializar seus projetos artísticos. Qual é esse gap?
De um lado muitos gerentes de marcas e agências de comunicação veem potencial para participar da festa, participar do diálogo que nela acontece, mas não têm facilidade de conhecer todas as opções de blocos nas variadas cidades, fazer uma curadoria, contatá-los e implementar ações que funcionem. Por outro lado, blocos pequenos mas também os grandes muitas vezes não possuem estruturas ágeis de diálogo com corporações e áreas de mídias de agência.
Sentindo esse “gargalo” criaram um braço de curadoria entre marcas e blocos?
O outro núcleo é o PIPOCA TV. Como vai funcionar?
O PIPOCA TV tem como foco realizar uma cobertura e transmissão de forma mais contemporânea dos bastidores, dos blocos e artistas do carnaval de rua do Brasil, como Alceu Valença, Monobloco, BaianaSystem, Ivete Sangalo e Bell Marques. Essas coberturas serão distribuídas em parceria com YouTube e KWAI no canal dessas plataformas e no nosso próprio canal.