Juliana Souza organiza jantar solidário para Instituto Desvelando Oris

19 de abril de 2024
Arquivo pessoal

Juliana Souza, uma das fundadoras do Instituto Desvelando Oris, na sede da ONU, em Genebra, na Suíça

Enquanto entra e sai das assembleias do 3º Fórum Permanente de Afrodescendentes da ONU, que acontece até hoje (19) em Genebra, na Suíça, Juliana Souza faz contatos, fala com a imprensa e resolve o que preciso for para um compromisso importante na semana que entra: o Ajeum – Jantar Solidário Desvelando Oris, marcado para a noite da próxima terça-feira (23 de abril), em São Paulo.

Desvelando Oris é o nome do instituto criado em 2022 para a promoção do acesso a direitos e oportunidades, com a missão de transpor desigualdades estruturais – e do qual ela é uma das fundadoras. Nesta segunda edição, o jantar reúne cerca de cem convidados na residência de Anne e Nelson Willians – Anne é conselheira e parceira do Instituto. Ainda dá tempo: para garantir uma mesa no jantar, fale com Cleila Teodoro no 11-98720-9380.

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O evento terá pocket show de Paula Lima cantando Rita Lee, buffet do Duas Gastronomia e um leilão, com apresentação de Zezé Motta, que vai contar com prêmios que vão de itens de luxo a experiências de entretenimento. Um exemplo? Doações de Vini Junior, que ela aproveitou para visitar em Madri, na Espanha, durante esta viagem à Europa – na mala, ela volta com uma camisa da Seleção e outra do Real Madrid, do qual ele é atacante, devidamente autografadas, além de um terceiro item “muito especial” que o jogador ofereceu para ser leiloado.

Arquivo pessoal

Juliana Souza e Vinícius Junior em Madri; o jogador fez doações pessoais para leilão

Todo o recurso arrecadado no jantar vai para ações e projetos do Instituto. “Estamos felizes de poder receber nossos aliados, novos e velhos amigos do Instituto Oris, para celebrar e repactuar o compromisso – que deve ser de todo brasileiro e brasileira –, pela promoção da diversidade, da inclusão, da construção de pontes e oportunidades efetivas de transformação social. Vai ser muito especial”, diz Juliana, de Genebra. De total acordo. Junto com Juliana, Anne, Vanessa Freira e Gustavo Clauss, eu também participo do jantar como parte do comitê anfitrião. Aproveitei para bater um papo com ela, acompanhe a seguir.

Como é o seu dia a dia com o Instituto?

Hoje dedico todo o meu tempo aos trabalhos do Instituto, do qual sou presidente fundadora e atuo como produtora executiva, comunicando e conectando pessoas a oportunidades e busca de parcerias, sempre procurando tornar a causa mais abrangente. A sede fica em São Paulo, nos Jardins, e é importante contar isso, pois acreditamos que esse território também nos pertence; entendemos como uma presença simbólica. Reivindicando esse lugar para nós, acredito que impactamos mais pessoas que talvez não pudessem conhecer o nosso trabalho se estivéssemos em outra parte da cidade. É um ponto de intersecção entre as periferias e o mercado imobiliário e financeiro, por exemplo.

Sua ida a Genebra tem a ver com o Desvelando Oris?

Vim para o 3º Fórum Permanente de Afrodescendentes da ONU representando o Instituto. No dia 18, fiz uma fala de abertura no Fórum. As discussões incluem 14 lideranças da sociedade civil; do governo e setor privado, que se reúnem para pensar em como avançar, na próxima década, em passos concretos na promoção da equidade e reparação. 

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Como surgiu a vontade de criar a organização?

A educação foi a ferramenta que mudou a minha vida e o Instituto sai desse incômodo, de me ver como exceção em tantos espaços. Sempre tive, de um lado, pessoas me oferecendo oportunidade e, de outro, pessoas me pedindo – o Instituto é o amálgama entre elas. Há gente brilhante por aí a quem só falta oportunidade. Nós, fundadores – minha mãe Tercilia Conceição, e Jálisson Mendes, meu parceiro de vida e educador social há mais de 15 anos – queríamos por meio do Instituto ampliar o impacto que já exercíamos como pessoa física; eu no campo do Direito, ele no campo social e a minha mãe como a grande mentora intelectual e transformadora de vidas, com sua sabedoria e história pessoal. Nosso primeiro financiamento veio na pandemia, pelas mãos de Marcela Bastos, filha do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. Começou com rodas de conversa com mulheres e jovens, mas também já produzimos um relatório para a CPI da Covid, sobre os impactos da pandemia para a população negra e o aprofundamento da desigualdade, pensado de maneira interseccional (raça, igualdade, gênero), construído a muitas mãos pretas. Boa parte dele foi considerada na comissão. O Instituto tem, por exemplo, biblioteca, professores de inglês e alemão, e parceria para grandes festivais, para garantir que esses espaços sejam cada vez mais inclusivos.

Do que você mais se orgulha?

Me orgulho de ter conseguido conquistar parcerias com marcas e empresas em tão pouco tempo, além da sede física. E, claro, do impacto da transformação, das pessoas que passaram por nós e seguem fazendo o trabalho conosco. São histórias como a de uma mulher, que não cabe identificar, que credita ao Instituto a sua mudança de vida: saiu de um relacionamento abusivo, terminou a graduação em Direito, está empregada e faz duas pós-graduações. A ela, e a outras pessoas, fazemos contribuições concretas, como conseguir bolsas de estudos, e simbólicas, que é o fato de elas poderem descobrir as próprias potências. Quando a pessoa vem de um lugar de ausência, pode não enxergar além do que já está posto, nem as possibilidades que há nelas e para elas. O Instituto tem um papel importante de despertar esses talentos, sejam os adormecidos, sejam os invisibilizados.   

O que significa Desvelando Oris?

Desvelar significa apresentar/expor/instigar, e oris vem do yorubá e significa cabeça. É um processo de tomada de consciência sobre si, sobre seu entorno, suas responsabilidades e direitos, suas potências e vulnerabilidades. Tem sido muito importante construir essa jornada com as pessoas incríveis que temos encontrado pelo caminho. Tenho certeza de que novas alianças hão de vir. Estamos apenas começando; nossos desafios e ambições são imensos! Precisamos de parceiros em todos os aspectos. Por isso, reitero meu convite para quem ainda não adquiriu sua mesa: vocês não podem ficar de fora.

As mesas para a 2ª edição do Ajeum – Jantar Solidário Desvelando Oris podem ser adquiridas com Cleila Teodoro no telefone/WhatsApp 11-98720-9380.

Donata Meirelles é Consultora de estilo, atua há 30 anos no mundo da moda e do lifestyle

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