Em 2004, começou com 41 expositores, desde então, seu crescimento foi admirável: a edição deste ano (de 3 a 7 de abril) conta com mais de 190 expositores, entre galerias de arte, estúdios de design, editoras e instituições culturais, e espera receber 34 mil visitantes. Ao longo dos anos, o evento participou da formação de acervos de grandes museus, assim como de relevantes coleções particulares.
Em um mercado que movimenta bilhões e é cheio de variáveis como o das artes, conversamos com algumas das maiores galerias do país para saber quais são os trabalhos mais valiosos expostos na feira e como estão as vendas. Confira a seguir.
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Almeida e Dale
“Esses são os trabalhos mais valiosos, mas nosso estande como um todo é muito valioso”, disse Antonio Almeida, um dos sócios da galeria, referindo-se aos trabalhos de Beatriz Milhazes (R$ 7 milhões e meio), Adriana Varejão (R$ 5 milhões) e Anish Kapoor (R$ 7 milhões e meio).
Antonio não quis revelar quais desses trabalhos já tinham sido vendidos até o momento da nossa conversa, mas lembrou: “a feira é um dos melhores momentos para fazer boas vendas e contatos que serão trabalhados o ano inteiro”.
Gomide & Co
A obra com o valor mais alto do estande da Gomide & Co este ano era uma coluna dos anos 1970 do artista argentino León Ferrari, que está à venda por R$ 4 milhões e meio. “O Pompidou tem uma obra dessas, o MoMA também”, disse Thiago Gomide, galerista à frente da casa. “Temos também um trabalho de Lygia Clark (artista brasileira mais valorizada da feira) por R$ 3 milhões e meio”.
“Às vezes vendemos a obra mesmo antes da feira abrir. Isso aconteceu no ano passado, quando vendemos uma obra de R$ 10 milhões antes das portas se abrirem. Mas não há regras, é um mercado muito volátil, uma galeria pode não vender nada em um mês e vender milhões no seguinte. Você precisa ser bem objetivo para trabalhar no mercado de arte, porque não dá para planejar”.
Nara Roesler
No estande da galerista e colaboradora da Forbes estavam expostos importantes trabalhos de artistas como Daniel Buren, Julio Le Parc, Sheila Hicks e Isaac Julien. “A obra de Isaac não é a mais valiosa do nosso estande, mas é muito importante”, contou America Cavalieri Pires, responsável pelo setor de vendas e projetos especiais da galeria.
“Ele fez um trabalho profundo com base na obra de Lina Bo Bardi e uma das exposições mais importantes do ano passado na Tate Modern, em Londres, além de ter sido condecorado pela rainha Elizabeth II com a Ordem do Império Britânico por sua contribuição no campo das artes”, complementou América. A obra “Encruzilhadas / Crossroads (Lina Bo Bardi – A marvellous entanglement)”, de 2019, está à venda por £ 53 mil (R$ 338 mil).
Dan Galeria
O trabalho de Ismael em questão estava sendo vendido por R$ 12 milhões. “Tarsila, Di Cavalcanti, Brecheret, Lygia Clark e Anita Malfatti também estão muito valorizados”, continuou o galerista, que ressaltou a importância de ter o trabalho de artistas desse calibre para a feira e para o mercado.
“Essas obras funcionam como referência de mercado para balizar os preços dos artistas do topo até a base. Para uma obra ser uma referência de investimento e patrimônio, precisamos considerar o valor histórico, a raridade e a perenidade da obra”.