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As formas abstratas e figurativas de cores intensas de Parigi representam o cerne de sua rica gramática estética. Conceitualmente, elas dialogam com as ideias de corpo, metamorfose e liberdade, espelhando os desejos e anseios pelos quais a sociedade contemporânea tanto tem lutado desde a ascensão do movimento LGBTIQA+. Seu processo de construção de imagens resulta em uma espécie de “antropofagia sci-fi” onde tudo está em movimento, em transformação, como já observou a jovem crítica de arte Beta Germano. De lá para cá, o paulistano de 47 anos fincou seu nome na arte nacional, expondo sem pudor a energia sensual de sua obra em importantes museus brasileiros e em cidades do mundo como Paris, Milão, Bruxelas, Leipzig, Bogotá, assim como, em Auckland, na Nova Zelândia, e até em Vilnius, capital da Lituânia.
O venezuelano Luis Pérez-Oramas, ex-curador do MoMA e da 30ª Bienal de São Paulo, e atual diretor curatorial sênior da Galeria Nara Roesler, responsável pela montagem e o texto crítico da individual, assim descreve seu trabalho: “A obra de Parigi é dotada de um virtuosismo barroco, estridentemente pop, que esbanja linguagem queer e camadas de história da arte. (…) Ao mesmo tempo, consegue ser séria e profunda em sua complexidade estrutural, sua impressionante habilidade técnica e pelo viés de conhecimento de história da arte que insere. (…) Cem anos após o Manifesto do Surrealismo, os bacanais oníricos de Parigi, com suas formas e cores, demostram ser um testemunho do legado do surrealismo”.
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Nova York é realmente uma cidade surpreendente, só agora em maio acontecem ao mesmo tempo mais de dez feiras de arte e antiguidades, como a badalada Frieze e a NADA para artistas emergentes. Este ano, optamos por fazer nossa segunda participação na TEFAF New York Art Fair, que abre amanhã, sexta-feira 10 de maio, no Armory um prédio neogótico na Park Avenue, no elegante Upper East Side, e lá também decidimos expor as obras de Parigi. Dono de uma desenvoltura técnica invulgar, ele foi – e continua sendo – um jovem rebelde que se utiliza do fazer artístico para lutar por uma sociedade mais justa para todos os gêneros, raças e credos. Além de seu talento evidente para a pintura, esta mensagem sócio política foi fundamental para o mercado de arte nacional absorver seus trabalhos em 2007, após ele ter ganhado com louvor o canudo de artes plásticas na FAAP.
No artista respeitado de hoje pulsa ainda aquele jovem que assumiu ser gay e, desde cedo, sentiu na pele o preconceito. Na adolescência, movido pela paixão pela arte, passou a grafitar sua vibrante polifonia cromática nos paredões da pauliceia. Como brilhantemente descreveu acima Pérez-Oramas, são “os bacanais oníricos de formas e cores” de Rodolpho Parigi.
SERVIÇO
Galeria Nara Roesler/Nova York
De 2 de maio a 1 de junho, 2024
511 West 21st Street, Chelsea
TEFAF New York Art Fair
10 a 14 de maio, 2024
Galeria Nara Roesler, estande 208
643 Park Avenue, Manhattan
Nova York
Com colaboração de Cynthia Garcia, historiadora de arte, premiada pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) cynthiagarciabr@gmail.com
info@nararoesler.art
Instagram: @galerianararoesler
http://www.nararoesler.com.br/
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