Celebrado sempre no terceiro sábado do mês de maio, hoje (18) é o Dia Internacional do Whisky. Um dos tipos mais célebres e conhecidos do destilado é o single malt, que cumpre dois requisitos obrigatórios: ser de apenas uma destilaria (daí o single) e ter apenas a cevada maltada como grão.
Historicamente, o whisky single malt era associado à Escócia. No entanto, a globalização do whisky fez da produção da categoria fenômeno mundial. Hoje, mais de 50 países ao redor do mundo o produzem. Muitos deles são excelentes e valem a pena serem experimentados.
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Para celebrar, a Forbes traz os melhores whiskies single malt 2024, segundo a renomada competição World Whiskies Awards – especializada em destacar rótulos excepcionais da bebida. Confira a seguir:
Melhor whisky single malt do mundo
Entre as várias categorias, o rótulo que venceu como melhor whisky Single Malt do mundo, para apavoro dos escoceses, não era de seu país natal. Quem levou a melhor este ano foi da Inglaterra: o rótulo Sherry Cask Matured, da The English Distillery.
Maturado em barris de jerez e com 46% de teor alcóolico, o painel de jurados descreveu o whisky com “aromas de banana madura, pêra, damasco, marshmallow e vestígios de fumaça, canela moída. O paladar tem notas de frutas de caroço maduras, canela, toffee amanteigado, carvalho, grama verde e notas de fumaça. Corpo médio com textura oleosa. O final tem notas de noz-moscada e especiarias apimentadas, equilibradas com baunilha cremosa”.
A English Whisky Co. é uma das destilarias pioneiras no renascimento da produção de whisky inglês. Fundada em 2006 e localizada em Norfolk, é conhecida pelo seu compromisso em produzir whiskies single malt de alta qualidade usando técnicas tradicionais escocesas.
Esta é a segunda vez em três anos que um whisky inglês é escolhido para o principal reconhecimento da premiação. Feitas de forma cega, as provas continuam destacando rótulos de produtores emergentes em regiões não tradicionais do mundo do whisky. No ano passado, foi a destilaria M&H em Israel. Em 2021, a inglesa The Lakes Distillery.
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Melhor Single Malt Americano
O melhor single malt americano com até 12 anos, segundo o World Whiskies Awards, foi o The Quintessential Special Release 6 YO, 59%, da Cedar Ridge. De acordo com a destilaria, o whisky é “um casamento de single malt de seis anos que foi finalizado em um barril de jerez de primeiro uso.”
O painel de jurados descreveu o whisky da seguinte forma: “Nariz frutado, com uma sensação de boca de alta graduação. O xarope de bordo permanece agradavelmente. Há uma complexidade agradável com um ótimo equilíbrio.”
Melhor Australiano
O melhor single malt australiano é o Fresh IPA Cask, No Age Statement, 46%, da Lark Distillery. Ele é descrito pela destilaria como “vibrante com um toque tropical”, com notas de “pêssegos, creme, frutas tropicais e caráter maltado distinto”. Apenas 1.200 garrafas do rótulo foram produzidas.
Melhor Taiwanês
O melhor single malt taiwanês, não surpreendentemente, é da Kavalan. O Distillery Select No. 2, No Age Statement, 40%, foi descrito pelo painel de jurados da seguinte forma: “Caramelo e frutas tropicais maduras no nariz, acompanhados por especiarias doces. O paladar é inesperadamente leve, com notas tropicais e um toque de carvalho tânico. Canela, noz-moscada, figo seco, pêssego, anis e cereja. Final amadeirado com notas vínicas.”
Melhor Indiano
A Índia está se tornando um grande produtor de whisky single malt, e seus destiladores estão ganhando cada vez mais reconhecimento mundial pela qualidade de suas expressões de whisky. O melhor deles, segundo a competição é o Indri Dru, No Age Statement, de 57,2% de teor alcóolico.
O painel de jurados descreveu o whisky como apresentando “aromas florais e de frutas tropicais de manga e abacaxi sublinhados por baunilha, caramelo e especiarias. Frutas suculentas e caramelo no paladar, junto com uma secura amadeirada que leva a um final prolongado de caramelo”.
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Outros single malts de todo o mundo que ganharam prêmios em seus respectivos países incluem:
- DYC, Single Malt Whisky, 15 YO (Melhor Espanhol)
- High Coast, Hav, No Age Statement (Melhor Suíço)
- Three Ships Millennium, 21 YO (Melhor Sul-Africano)
- Mosgaard Palo Cortado Cask, No Age Statement (Melhor Dinamarquês)
- Millstone Oloroso 22 YO (Melhor Holandês)
- Teerenpeli, 10 YO (Melhor Finlandês)
- Le Breuil Sherry Oloroso, No Age Statement (Melhor Francês)
- Finch Private Edition 12 YO (Melhor Alemão)
- Ruach, Ascent 3 YO (Melhor Israelita)
- Ki One Oloroso Sherry, No Age Statement (Melhor Coreano)
- Thompson South Island Peat, No Age Statement (Melhor Neozelandês)
Veja 8 dicas para aproveitar ao máximo a experiência com o whisky na galeria a seguir:
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Getty Images Faça a lição de casa
Pesquisar sobre o que está no copo é um dos passos básicos para entender a bebida e, aos poucos, conhecer mais sobre características que diferenciam os whiskies (e quais agradam mais seu paladar). “Leia o rótulo, procure saber a graduação alcoólica dele, se é escocês e de qual região , se é bourbon, se é rye”, diz o bartender Ale D’Agostino, que já deu cursos sobre o destilado. Claro, tudo depende da ocasião. Em uma festa, por exemplo, você provavelmente não vai parar para “estudar” a garrafa. Mas, em casa, pode fazer sentido começar dessa forma o ritual de beber.
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Getty Images Deixe gotas de água “abrirem” o whisky
“Em uma degustação analítica, o ideal é você tomar o whisky puro, em temperatura ambiente, e depois pingar um pouco de água”, conta Porto. “Assim as moléculas hidrossolúveis se agrupam trazendo um aroma mais frutado.”
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Unsplash Saiba que o gelo altera o paladar (mas o paladar é seu)
Segundo Porto, quando profissionais buscam extrair informações sensoriais sobre a bebida, evitam colocar gelo no copo. Isso porque fica difícil controlar a taxa de diluição, além de a baixa temperatura mudar a percepção do paladar, deixando, por exemplo, o amargo mais perceptível que o doce.
Mas, se você gosta de tomar seu whisky com gelo, fique à vontade. Nesse caso, o especialista recomenda utilizar, de preferência, uma pedra grande de gelo cristalino. “A ideia é que ele demore mais para diluir e que seja o mais neutro possível, para trazer menos água e não alterar o sabor com minerais.”
Já Alexandra Corvo, fundadora e professora no Ciclo das Vinhas Escola do Vinho, deixa uma lasquinha de gelo flutuando sobre a bebida justamente para diminuir um pouco a temperatura e tornar as moléculas de álcool menos voláteis. “Isso vai ajudar na percepção aromática”, diz ela. “Porque o whisky, diferentemente do vinho, tem muito álcool – é a primeira coisa que vai bater quando você o cheira durante uma degustação. E essa técnica ajuda a driblar isso.”
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Getty Images Prove em diferentes copos
O copo próprio para degustação profissional não é o tumbler grande e baixo mais comumente associado ao whisky. “O melhor para isso é a taça ISO, uma pequena taça de vinho fortificado ou o Glencairn, copo oficial de degustação de whisky desenvolvido pela Glencairn Company, na Inglaterra”, diz Maurício Porto. “O importante é que tenha a borda de cima mais estreita do que o bojo, pois assim reúne os aromas, e não os dispersa.”
Já Alexandra Corvo sugere utilizar uma taça de vinho média, como as de vinho branco. E Ale D’Agostino opta mesmo pelo tumbler: “Eu gosto de copo baixo. Salvo nos coquetéis, porque alguns vão em copo longo.” -
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Getty Images Deguste como um profissional
Maurício Porto indica os passos: “Sirva a bebida e sinta o primeiro aroma sem girar como um vinho, pois o whisky volatiliza demais (se quiser girar para observar a textura, faça isso devagar com o pulso); dê um gole, tente identificar o sabores, espere um pouco, faça novamente a análise olfativa e, depois, dê mais um gole”.
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Getty Images Deixe o tempo agir
Perceba como a bebida vai mudando no copo. “Muitas vezes, quando o whisky é servido, está muito fechado, defumado e apimentado. Ao longo do tempo, se desenvolvem aromas diferentes, como o cítrico”, diz o especialista.
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Getty Images Combine com comida
Uma harmonização clássica é queijo azul (como gorgonzola e stilton) com whisky defumado. Fica genial”, recomenda Porto. “Outra combinação legal são whiskies levemente defumados com frutos do mar, com ostras e mariscos. E os mais leves funcionam muito bem com comida japonesa.”
Algumas possibilidades envolvendo a bebida e comida japonesa poderão ser provadas no evento “The House of Suntory Experience – The Nature and Spirit of Japan”, de que Porto é consultor. Entre 25 e 28 de maio, o projeto oferece uma série de jantares unindo gastronomia, coquetelaria, arte e tecnologia multimídia na Japan House, em São Paulo. -
Unsplash Transforme em cocktail
“Prefiro usar whiskey americano, bourbon ou rye, para coquetéis, porque o escocês, quando é muito turfado, acaba se sobrepondo demais no cocktail”, diz Ale D’Agostino. “Mas existem cocktails em que você usa whisky escocês justamente pelo defumado, que é o caso do Penicillin (com limão siciliano, mel e gengibre). O Whisky Sour (com limão siciliano, açúcar, bitter e clara de ovo) funciona tanto com um bourbon como com um whisky mais simples com escocês. Às vezes misturar funciona bem também. No Old Fashioned (com açúcar e bitter) fica interessante colocar só um pouco de whisky escocês para dar um defumado leve e equilibrar com bourbon.”
Faça a lição de casa
Pesquisar sobre o que está no copo é um dos passos básicos para entender a bebida e, aos poucos, conhecer mais sobre características que diferenciam os whiskies (e quais agradam mais seu paladar). “Leia o rótulo, procure saber a graduação alcoólica dele, se é escocês e de qual região , se é bourbon, se é rye”, diz o bartender Ale D’Agostino, que já deu cursos sobre o destilado. Claro, tudo depende da ocasião. Em uma festa, por exemplo, você provavelmente não vai parar para “estudar” a garrafa. Mas, em casa, pode fazer sentido começar dessa forma o ritual de beber.