Envolto na cor Python Yellow (US$ 600) e no pacote estético que inlcui grade, emblemas, teto e rodas de 19 polegadas escurecidos (US$ 750), o Audi RS3 (que custa US$ 65.440 na configuração testada) desfaz décadas de esforços da marca de quatro anéis ao redor da furtividade da tração Quattro.
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Os para-lamas propositalmente alargados – abrigando pneus de 265 milímetros de largura na frente e 245 mm na traseira (sim, você leu essa atípica configuração corretamente) – e seu escapamento esportivo estridente de US$ 1.000, transmitindo o estrondo de seu motor 2.5 turbo de 5 cilindros e 401 cavalos de potência, transcendem qualquer noção de eufemismo. Esta pequena serpente está aqui por pura tentação.
Depois de rodar com o menor dos Audi RS – letras que significam a variante mais esportiva de qualquer um de seus veículos – por quase 1.000 quilômetros de estradas sinuosas serpenteando montanhas, pistas à beira-mar, ruas de paralelepípedos e rodovias, posso dizer com confiança que ele é bem-sucedido em nos tentar. E se isso exigir a saída do suposto paraíso do Jardim do Éden, aceitarei de bom grado.
A3 x S3 x RS3
Agora testei todas as variantes do sedã esportivo compacto da Audi, começando pelo A3 e passando pelo S3.
E tendo acabado de passar algum tempo com o Volkswagen Golf R – com o qual este Audi compartilha muitos de seus fundamentos de tração nas quatro rodas, incluindo um engenhoso diferencial traseiro que aprimora a dirigibilidade e oferece um “modo drift” para hooligans trituradores de pneus – eu não entrei no RS3 com grandes expectativas.
Eu não amei o Golf R. Me pareceu exageradamente recheado, como se sobrasse carro para aquela proposta, e temi que o RS3 replicasse isso.
Felizmente, o RS3 absolutamente não transmitiu essa sensação. Algum crédito vai para sua pegada mais refinada, com ajustes significativos na suspensão e na estrutura, o que permite ao Audi um rodar muito mais variável em suas várias configurações de condução – o modo Comfort é realmente confortável, mesmo no arquipélago de concreto entulhado que é a estrada I-95.
Hora de brincar
Essa personalidade é ruidosa de um jeito delicioso. O motor gera potência de uma maneira divertida e linear que recompensa o envolvimento do motorista. Deixar a transmissão em Drive é melhor para viagens longas em rodovias, e o controle de cruzeiro de distância padrão é um ativo aqui, embora hospede menos recursos do que os sistemas de outros concorrentes. Por exemplo, ele não pode mudar de faixa ou passar por carros sozinho.
Mas selecione o modo Sport – ou, melhor ainda, o modo Manual – quando as estradas se tornarem mais técnicas e desafiadoras, e o caráter animado do motor realmente surge. Isso é especialmente verdadeiro quando se estica da marcha até a faixa vermelha: há uma pausa momentânea, mas então o impulso aumenta e vem forte, “cantando” em uma nota desequilibrada, como um saxofone soprano discordante tocado por Roland Kirk.
Assim continua até o ponteiro do conta-giros atingir a faixa vermelha, e então é hora de fazer tudo de novo.
Os bancos acolchoados foram uma delícia e também forneceram bastante aderência e suporte nas partes sinuosas.
O que há para não gostar
Meus problemas com o RS3 são menores. O interruptor de trocas de marchas, semelhante a um interruptor de luz e compartilhado com outros produtos Volkswagen, Porsche e Audi, é fácil de usar, mas bobo, provando que, na atual era de reinvenção de rodas, essa é uma interface com a qual agora temos que lidar.
O acabamento “black piano” no interior é brilhante, barato e usado em demasia, e faz com que tudo o que envolve (e ele envolve praticamente tudo) pareça o comutador de um aparelho de baixo custo de 1987. É um erro raro no interior geralmente impecável da Audi.
Outro problema: por que o medidor de combustível, algo padrão em todos os carros quase desde o início do automóvel, está enterrado em um submenu que deve ser rolado para acessar? Isso me enfurece na teoria e na prática.
Mas isso são bobagens. Um carro tão comprometido com o prazer de uma condução animada, mas simultaneamente flexível o suficiente para o uso diário, deve ser celebrado.