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Hoje uma peça de museu praticamente imóvel, esse Daimler 4HP Twin-Cylinder Tonneau já foi mais inquieto. Logo que ganhou as ruas, há 125 anos, se meteu na Commemoration Run, uma corrida que celebrava um ano da Emancipation Run – esta uma prova que exaltava a lei que elevou o limite de velocidade de 6 km/h para 22 km/h. Foram mais de 50 participações.
Não há registros da vida do carro até 1952, ano em que o pai do atual proprietário o incorporou à sua coleção. O que se sabe é que outra travessia, essa entre Londres e Bruxelas, foi encarada após uma restauração completa.
Bem, talvez a Daimler também necessite de uma apresentação.
Canstatt, Alemanha. Gottlieb Daimler constrói um motor a combustão interna, logo transplantando para uma rudimentar motocicleta.
As duas companhias, Daimler e Benz, desbravam o ainda descampado mundo do automóvel. Benz entrega o seu primeiro carro a um cliente (francês) em 1888, enquanto o primeiro da Daimler chega às ruas em 1892. Na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) chegam a fabricar veículos militares para o exército alemão.
Todavia, a recessão que alvejou a Alemanha nos anos 1920 obrigou muitas companhias a se unirem. Arquirrivais que disputavam clientes endinheirados oferecendo engenharia de alta qualidade, as duas empresas se fundiram em 1926, formando a Daimler-Benz AG – que a partir de então passou a vender carros com a marca Mercedes-Benz.
Karl Benz morreu em 1929, aos 84 anos, tendo vivido o bastante para testemunhar a transformação de sua invenção. O que não ocorreu com Gottlieb Daimler, que partiu em 1900.
Pelo menos conheceu o Twin-Cylinder 4HP Tonneau, que 125 anos seria leiloado por um valor estimado entre 225 mil libras e 275 mil libras (R$ 1,4 milhão e R$ 1,7 milhão) – uma pechincha para uma cápsula do tempo que voa para tão longe.