Startups de veículos elétricos veem demanda enfraquecer

As startups de veículos elétricos dos Estados Unidos estão vendo uma tendência perturbadora, com a demanda evaporando à medida que os clientes procuram melhores negócios ou adiam as compras.

Os relatórios trimestrais de várias empresas indicaram o enfraquecimento do interesse para muitos de seus produtos mais recentes, um mau sinal para as empresas que lutam com altos custos.

A fabricante de sedãs de luxo Lucid, a montadora de picapes e SUV Rivian e a fabricante de caminhões elétricos Nikola sinalizaram toda a pressão econômica, com analistas do setor dizendo que cortes de preços pela Tesla e a disponibilidade dos modelos de veículos elétricos mais baratos das montadoras tradicionais afetavam a demanda pelos novos veículos das startups.

Uma exceção foi a Fisker, que mal iniciou a produção de um SUV de US$ 37.499, um dos preços mais baratos do setor, e produzindo apenas 56 veículos até agora, viu os pedidos aumentarem.

O Model Y da Tesla é vendido por pelo menos US$ 54.990 após cortes de preços recentes enquanto o SUV R1S da Rivian custa cerca de US$ 78 mil e a Lucid vende seus sedãs Air Pure por cerca de US$ 87.400.

“Por um lado, a concorrência e aumento dos juros, o que significa que o dinheiro não é mais tão barato. E, por outro lado, inflação, criando uma situação em que um consumidor está pensando muito sobre as escolhas que fazem agora”, disse Danni Hewson, chefe de análise financeira da plataforma de investimento britânica AJ Bell à Reuters.

A Lucid relatou uma queda nas reservas para mais de 28 mil em 21 de fevereiro ante 34 mil em 7 de novembro, acrescentando que não divulgará o número daqui para frente. A Nikola disse que os problemas que prejudicam a demanda por seus caminhões movidos a bateria não devem diminuir tão cedo.

A Rivian projetou a produção de 2023 bem abaixo das estimativas dos analistas na terça-feira (28), citando escassez na cadeia de suprimentos, derrubando as ações em 8% nas negociações pós-mercado.

As ações da Lucid e Nikola caíram cerca de 9% e 5%, respectivamente, desde a divulgação de seus resultados, enquanto a Fisker saltou 31% desde que relatou um aumento nos pedidos.

As quatro empresas já perderam um valor combinado de US$ 84 bilhões no último ano, dados os problemas de produção e as interrupções da cadeia de suprimentos.