Veja fotos do Lamborghini Urus Performante:
Não se trata de uma evolução selvagem do Urus, mas adiciona truques aerodinâmicos, é mais leve, comprovadamente mais rápido e oferece outros factóides de desempenho para aumentar o nível da categoria.
Como o Urus se baseia na plataforma MLB – mesma base de Porsche Cayenne, Bentley Bentayga e Audi Q7 –, o desenvolvimento em Sant’Agata (sede da Lambo) sempre foi uma questão de calibração do trem de força, da suspensão, dos freios e, claro, uma personalização externa e interna.
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A potência vem da mais alta especificação do 4.0 V8 biturbo do conglomerado, que viu a luz do dia pela primeira vez no Porsche Panamera. No Urus são 665 cavalos de potência, um pouco mais do que o Urus padrão e um pouco mais do que o mesmo V8 encontrado no Porsche Cayenne Turbo GT, embora isso seja talvez um erro de arredondamento para fins de marketing.
O torque chega a 86,7 kgfm, e combina com as trocas rápidas e nítidas, mas também suaves da transmissão automática de oito marchas. Resultado: 0 a 100 km/h em insanos 3,3 segundos, o que é tão rápido quanto alguns supercarros de poucos anos atrás e alguns milésimos mais rápido do que o SUV em sua configuração padrão. Nas arrancadas de semáforo o Urus brilha. Velocidades de passeio e de três dígitos são separadas por suspiros.
Com a Bentley aposentando seu W12 biturbo para aplacar as demandas ambientais, o Urus Performante e as versões Turbo GT e e-Hybrid do Porsche Cayenne são os três melhores e mais distintos desempenhos desta plataforma MLB e sua variante MLB-Evo.
A competência do Urus em estradas sinuosas combinada à utilidade cotidiana reafirma o argumento de que os supersuvs são os sucessores dos GT’s dos anos 1950 e 1960, assumindo o papel de modelos como o Lamborghini Espada, de duas portas. Ok, SUVs são algo mais próximos a peruas de quatro portas e não Gran Turismos em sua essência, mas cumprem uma missão semelhante: são grandes, rápidos e eficientes em garantir conforto em viagens de longas distâncias.
E, graças a todos os sensores e intervenções tecnológicas do século 21, o Urus é totalmente funcional no tráfego matinal (e infernal) das grandes cidades. Como é de se esperar de um carro do Grupo Volkswagen, a relação homem-máquina é excelente. Grande como é, o Urus torna-se uma extensão de si mesmo quando em movimento. As linhas de visão são excelentes, o veículo é fácil de se colocar em uma esquina, em uma espiral íngreme e apertada de garagem ou em um drive-through fortemente limitado – essas lindas rodas não vão acabar raspadas no meio-fio.
Estilo
Uma vez que Lamborghinis devem ser exuberantes e frenéticos – como uma jujuba psicodélica –, as opções de cor incluem Green Viper (verde), Arancio Borealis (laranja) e Giallo Inti (amarelo), remetendo aos Countach e Miura dos Swingin’ Sixties e dos Groovin’ Seventies. Mas, se não for chamativo o bastante, o cliente pode recorrer ao ateliê de personalização Ad Personam e pintar a carroceria no roxo Viola Parsifae. Vale lembrar que Lamborghinis não são flores de parede, não são para os tímidos e retraídos e não são sutis.
Negativos? Provavelmente devido às rodas opcionais de 23 polegadas com enormes Pirelli (285/35 na frente e 325/30 na traseira, o que é muito pneu), em alguns trechos de paralelepípedos e remendados da avenida o carro balança levemente de um lado para o outro, um movimento que os engenheiros do chassi chamam de “shimmy lateral”. Chame de preço da beleza. Dito isto, nem essa questão limitou o ângulo de esterço do Urus.
Outro negativo? As mudanças de marcha para cima são pura seda, mas ao reduzir manualmente com os paddle shifts fica claro que esta é uma transmissão convencional com conversor de torque e não uma caixa de dupla embreagem, já que o trem de força bufa levemente.
E com isso o Urus empurrou a produção anual total da Lamborghini para mais de 9 mil unidades, um fato que não passou despercebido pelos rivais de Maranello, que reagiram com o Purosangue. O Urus representa 58% das vendas globais anuais da Lamborghini e 57% das vendas nos EUA.
Assim como o Cayenne e o Macan na Porsche, o Urus – em resumo um quatro portas espetacular para o dia a dia com desempenho de supercarro – gera lucro, permitindo que a Lamborghini financie o desenvolvimento de supercarros exclusivos que definem a marca.
(Traduzido por Rodrigo Mora)