Galeria Mario Cohen abre exposição com clássicos do Calendário Pirelli

Fotos exibidas na versão brasileira do Calendário Pirelli de 1987 se converteram na exposição A Arte do Automóvel: 1920-1965, assinada por Andreas Heiniger e inaugurada nesta quinta-feira (15) na Galeria Mario Cohen, em São Paulo.

Veja alguns dos carros de A Arte do Automóvel: 1920-1965:

São 25 imagens de carros que um dia pertenceram à Harrah’s Automobile Collection, criada por William Fisk Harrah (1911 – 1978), fundador da Harrah’s Hotel and Casinos, e que chegou a ter 1.400 veículos. Alguns atualmente compõem o National Automobile Museum, em Reno, Nevada (EUA); outros foram leiloados ou vendidos nos anos 1980.

“Sempre guardei esse trabalho com muito carinho, porque é raro ter acesso a coleções onde se fotografa com liberdade e intervenções que os proprietários geralmente não permitem. Nesse caso, era imperativo tirar o carro do lugar”, relembra Heiniger.

Tudo, claro, registrado em película – mas finalizado e tratado agora de modo digital.

“Temos o melhor dos dois mundos, pois a película tem uma alma que o digital nunca vai ter”, reflete o artista.

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Suíço radicado no Brasil há quase cinco décadas, Heiniger foi ninguém menos do que o fotógrafo escolhido para o lançamento da campanha publicitária do Volkswagen Passat no Brasil, em 1974. De lá pra cá se especializou em fotografar automóveis.

Na opinião do colecionador e historiador Maurício Marx, “o antigomobilismo brasileiro ganha muito com uma exposição desse tipo, pois este segmento de Cars & Art é extremamente apreciado ao redor do mundo e já acontece faz muito tempo. Então, o Brasil, que ainda não está acostumado com este tipo de arte, agora terá a oportunidade de ver o que acontece nos grandes museus e exposições internacionais”.

Também um dos apoiadores da mostra, Marx acredita que a arte sempre esteve presente nos carros clássicos. “O estilo Art Decó definiu os carros dos anos 1920 e 1930, com linhas arredondadas dando a impressão de velocidade à carroceria de modelos da Figoni et Falaschi ou os assinados por Pininfarina, por exemplo. Modelos esculpidos por consagrados ‘carrossiers’ são sempre os vencedores de prêmios nos concursos de elegância ao redor do mundo, como Villa d’Este, na Itália, e Pebble Beach, nos EUA”, completa.

De São Paulo, a exposição que retrata detalhes de obras de arte como Alfa Romeo 2900B Mille Miglia, Mercedes-Benz Type 500K e Cadillac Eldorado Biarritz, entre outros; deve seguir para o Uruguai.

“Estamos em negociação com a bodega José Ignacio, que tem um espaço dedicado à arte. Eventualmente a exposição vai para lá em dezembro, que é a alta temporada de Punta Del Leste”, planeja o galerista, para quem uma exposição que se dedica aos clássicos “pode ser o início de uma nova leitura não só do carro, mas da possibilidade de ter uma parte do carro. Você pode não ter o carro dos seus sonhos, mas pode ter uma foto maravilhosa do carro dos seus sonhos”.

“The Cal”

A história do Calendário Pirelli começa em 1964, quando a subsidiária inglesa da fabricante italiana de pneus buscava uma nova estratégia de marketing para um produto cuja essência anula qualquer apelo emocional. Foram escalados então o diretor de arte Derek Forsyth e o fotógrafo britânico Robert Freeman, famoso por seus retratos dos Beatles, para produzir o que se tornaria nos anos seguintes sinônimo de moda, arte e cultura.

De 1964 a 2022, foram produzidos um total de 49 calendários foram produzidos por 38 fotógrafos. A última edição do “The Cal”, como é chamado pelos íntimos, é assinada por Emma Summerton, a quinta mulher a fotografar para o Calendário Pirelli.

 

A Arte do Automóvel, 1920 – 1965

Quando: 16 de junho a 28 de julho de 2023 (terça a sexta, das 11h às 19h; sábados das 11h às 17h.

Onde: Galeria Mario Cohen – R. Capitão Francisco Padilha, 69, Jardim Europa.

Os preços das fotografias variam de R$ 13,5 mil a R$ 30 mil, a depender da tiragem e do tamanho.