Aos 18 anos, ele tem 38 pontos de vantagem sobre Paul Aron, segundo colocado entre os mais de 30 pilotos que participam de uma das duas mais importantes categorias de acesso da F1 . A outra, claro, é a F2, que teve Felipe Drugovich vencendo o título em 2022 e Enzo Fittipaldi vencendo a corrida do último sábado em Spa.
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Este será o primeiro título do Brasil na nova F3, mas que fique claro: outros brasileiros venceram a tradicional F3 Inglesa nos anos 1970 e 1980, coroando inclusive os nossos três campeões mundiais Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna.
Naquela época, este era o último degrau antes da F1 e, atualmente, o campeonato inglês perdeu prestígio após a própria FIA organizar seu campeonato e aproveitar a visibilidade da F1. Agora, as provas fazem a preliminar da F1, correndo na mesma pista e no mesmo paddock, ajudando a estes jovens talentos chamarem atenção de equipes e empresários.
E foi o que aconteceu com Bortoleto. Lembra daquele domingo com o Hino Nacional tocando no Bahrein para a vitória logo no final de semana de estreia do brasileiro? Pois é, quem estava lá celebrando e até tirando foto e filmando com o próprio celular era o bicampeão mundial Fernando Alonso.
“Vencer no Bahrein no primeiro final de semana foi incrível. Foi uma sensação muito legal chegar na F3 e ganhar de cara. Era um sonho que eu tinha e que, sinceramente, eu via um pouco longe no começo da temporada. Eu sabia que a gente poderia andar bem, mas não assim de cara. Então a sensação é incrível, e ter o Fernando Alonso ali embaixo no pódio, a minha família toda, foi demais e é uma sensação que espero sentir novamente em breve”, disse.
Além de dicas e conselhos, o que Alonso como empresário ajuda um piloto que sonha em chegar a F1? “Eu aprendo muito com ele. Modo de pilotagem, jeito que ele chega no final de semana, como ele conhece as pistas, ele sempre tenta passar a experiência dele para os pilotos da A14. E eu fico muito feliz de fazer parte da A14 por exatamente esse motivo, ele consegue passar muita experiência para a gente, o que vai acontecer na pista no final de semana, mais ou menos aderência, quando chove ou não. E eu acho isso muito positivo da parte dele”, completa o brasileiro.
A temporada 2023 tem sido dominada pelo brasileiro, que corre pela equipe Trident, uma das mais tradicionais do grid. Ainda assim, a frieza de Bortoleto ao longo do campeonato tem chamado a atenção, a ponto dele quase ter assegurado o título na Bélgica – faltou apenas uma última ultrapassagem na corrida de domingo.
Apenas uma catástrofe tira o título do brasileiro, mas ele mantem o foco na decisão do campeonato, em setembro, na lendária pista de Monza, na Itália, como uma etapa “normal”.
“Com certeza nossa chance ficou muito grande após os resultados em Spa. Meu adversário tem que ter um final de semana perfeito, pegando 100% dos pontos, e eu ficar sem nenhum. Mas mesmo assim vamos trabalhar como um GP normal, na verdade, trabalhar até mais, para garantir de fato o título e quem sabe terminar o ano com uma vitória”, analisa Bortoleto.
Apesar de não contar ainda oficialmente com o título, o brasileiro já se reuniu com Alonso para traçar seus planos para o futuro. “Devo subir para a F2 e não sei como vai ser o meu primeiro ou no meu segundo ano de F2, mas quero conseguir um bom resultado novamente neste degrau para aí sim subir para a F1, que é o meu sonho desde criança”, disse.
“Foi um momento importante de minha vida, decidi me dedicar totalmente a vida de piloto desde cedo e este título da F3 seria a coroação deste esforço. Com certeza será o momento mais marcante de minha carreira. Mas sei que ainda tenho muito a conquistar”, disse, que chegou na F3 após subir os degraus da F4 Italiana em 2020 e Formula Regional em 2021.
Assim que colocar definitivamente as mãos na taça, Gabriel Bortoleto passa a estar em 2024 a apenas um passo da F1. Estar próximo é bom, mas melhor ainda é saber que, nesta escalada, você pode contar com a ajuda de quem já escalou o Everest do automobilismo: Fernando Alonso, bicampeão mundial de F1 e das 24 Horas de Le Mans.