Estudo revela do que proprietários mais gostam em seus carros elétricos

22 de julho de 2023
Foto: divulgação

Porsche Taycan

As notícias para os veículos elétricos são boas no geral, apesar de alguma “ansiedade de alcance” persistente, revelou o Automotive Performance, Execution and Layout Study (APEAL, ou Estudo de Desempenho, Execução e Layout Automotivo, na tradução), executado pela consultoria J.D. Power.

Ao contrário do mais conhecido estudo da J.D. Power, Initial Quality Study, que identifica o que deu errado, o APEAL indica o que deu certo.

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Entre as marcas de luxo, se destacaram Jaguar, Land Rover e Porsche; no mercado generalista, Dodge e Ram (ambas da Stellantis) e GMC (da General Motors) ficaram no topo.

Notavelmente, os EVs se saíram bem no quesito economia de combustível/autonomia. Essa é uma das dez categorias em que J.D. Power pergunta aos proprietários o quanto eles gostam de seus veículos, após os primeiros 90 dias de propriedade.

Outras categorias da pesquisa são: entrada e saída do veículo, interior, trem de força, sensação ao volante, segurança, infoentretenimento e conforto ao dirigir.

“O que estamos vendo com os veículos elétricos é que seus motores e baterias estão se dando bem com o consumidor”, disse Frank Hanley, diretor sênior de benchmarking automotivo da J.D. Power, em entrevista por telefone antes dos resultados da pesquisa, que foram publicados na última quinta-feira (20).

De acordo com a consultoria, entrevistados deram 758 pontos (em uma escala até 1.000) para veículos com motores a combustão no quesito economia de combustível/autonomia, contra 797 pontos para modelos a bateria.

Hanley afirmou que os consumidores gostam especialmente da oferta de motores elétricos de maior aceleração, em comparação com os motores movidos a combustível.

Levando em consideração todas as categorias e todos as opções de propulsão, a Jaguar foi a marca premium número 1 na pesquisa, com uma pontuação de 887. Porsche e Land Rover empataram em segundo lugar, com 883.

Mas a Porsche merece menção extra, porque foi a número 1 do APEAL em 17 nos últimos 19 anos. Também foi o número 2 em 2018, apenas um ponto atrás da Genesis, marca de luxo da Hyundai – o que realmente equivale a um empate estatístico para o número 1.

Entre as marcas do mercado de massa, a Dodge foi a primeira colocada, com 887 pontos, seguida por Ram (873) e GMC (858).

Obviamente, para veículos elétricos, economia de combustível/alcance é uma razão crítica para existir. Portanto, ir bem nessa categoria é uma conquista importante para os EVs.

Ainda assim, alguns comentários literais dos entrevistados da pesquisa incluem reclamações sobre veículos que, sob certas condições, como clima frio, podem oferecer menos alcance do que o prometido, alertou Hanley.

Veículos elétricos estão passando das margens para o mainstream das vendas de automóveis nos EUA. Com maior volume de vendas e mais fabricantes de automóveis (basicamente, todas elas) lançando EVs, está ficando mais difícil enquadrá-los em um único segmento.

Isso também é verdade sobre os compradores de veículos elétricos, que deixaram de ser “early-adopters” (aqueles primeiros compradores que adquirem um produto recém-lançado por curiosidade) para se tornarem clientes convencionais. A diferença é que os primeiros relevaram mais facilmente certas limitações, enquanto os compradores comuns deram classificações menos empolgadas para seus veículos elétricos no que se refere a recursos internos e design exterior, segundo o diretor da J.D. Power.

Isso parece ter sido um fator para o declínio da pontuação da Tesla, cujos modelos não receberam redesenhos externos significantes, avaliou Hanley. E, com mais fabricantes oferecendo elétricos, os Teslas estão competindo pela primeira vez com marcas que têm interiores realmente luxuosos, disse.

A Tesla teve uma pontuação de 878 no APEAL. Historicamente uma das fabricantes com melhor desempenho no setor, caiu nove pontos em relação ao ano anterior.

Segundo a J.D. Power, o APEAL 2023 foi baseado nas respostas de 84.555 proprietários de veículos do ano/modelo 2023, comprados novos e registrados de novembro de 2022 a fevereiro de 2023. O estudo foi realizado entre fevereiro e maio de 2023.

 

*Formado em jornalismo pela University of North Carolina-Chapel Hill, tem mais de 25 anos de experiência cobrindo a indústria automobilística e passagens por veículos como Automotive News, Advertising Age, AutoWeek e Businessweek, entre outros. É freelancer de Forbes e ForbesAutos.

(Traduzido por Rodrigo Mora).