Veja galeria de fotos da Royal Enfield Scram 411
A Royal Enfield começou a vida na Inglaterra em 1901 e, em 1994, foi comprada pelo Eicher Group, um conglomerado indiano que entre outras atividades fabrica veículos comerciais e agrícolas.
A Scram 411 e a aventureira Himalayan dividem o mesmo trem de força, estrutura e tanque de gasolina. Mas rodas, instrumentos e assento (mais baixo na Scram) são diferentes. E enquanto a Himalayan é mais uma viajante do mundo, a Scram 411 (que nos EUA custa US$ 5.099 e no Brasil sai por R$ 22.490) é mais focada no urbano e mais acessível, especialmente para novos pilotos que procuram começar no motociclismo – ou pilotos que estão voltando a pilotar.
Por outro lado, não há modos de condução, alavancas ajustáveis, controle de cruzeiro ou outros luxos. Chique a Scram não é, mas é definitivamente acessível e inegavelmente elegante, com uma ampla seleção de opções de cores.
Equipada com rodas de 19 polegadas na dianteira e 17 polegadas na traseira e calçada em pneus de uso misto on e off-road, a Scram atravessa com desenvoltura uma estrada de cascalho ou uma floresta, sobretudo se o cliente optar por alguns acessórios originais para incrementar a aventura.
Recebi a Scram 411 para avaliação após retornar de uma press trip pela Índia com a própria Royal Enfield, onde pude observar como o segundo maior mercado de motocicletas do mundo (atrás apenas da China) enxerga o veículo e o que espera dele.
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Como anda
Em primeiro lugar, para uma motocicleta de 400 cc, a Scram é uma moto grande, pesando 195 kg. No entanto, seu assento baixo, o que facilita o acesso para os pilotos mais baixos.
Ao toque de um botão o motor ganha vida imediatamente, mas como estamos no inverno foi preciso esperar um pouco as coisas esquentarem para evitar engasgos. No verão, provavelmente é menos problemático.
Na cidade, abra o acelerador e o motor de baixa compressão (9,5:1) avança rapidamente, mas não vai ganhar nenhuma corrida. A caixa de câmbio de cinco marchas é suave, amplamente espaçada e previsível. Sim, ele acompanhará o tráfego da rodovia até cerca de 130 km/h, mas é melhor você encontrar uma rota para seguir mais tranquilo a 100 km/h.
A qualidade do passeio é melhor do que o esperado, com o garfo dianteiro precisando de um pouco mais de amortecimento, mas, afora esse detalhe, a Scram parece plantada e neutra. Não é uma moto esportiva, mas você ainda pode ser ousado nas curvas, com as pedaleiras tocando levemente o chão para lembrá-lo que está se aproximando dos limites.
Os freios de baixo custo da Brembo (um disco para cada roda) são responsivos, mas exigem um bom aperto, e o ABS está esperando nos bastidores se as coisas ficarem arriscadas. Em movimento, os 195 kg da Scram não são muito aparentes, mas a qualidade de construção pesada é claramente priorizada em vez de reduzir alguns gramas aqui e ali.
Conclusão
Motos de qualquer tipo na Índia também devem ser muito resistentes (as estradas na Índia são um campo de testes implacável) e devem aguentar anos de uso diário, abuso limítrofe (especialmente em termos de carregamento) e, ao mesmo tempo, ser eficientes e acessíveis e facilmente reparáveis. É uma grande parte do que torna as ofertas da Royal Enfield tão diferentes da maioria dos outros fabricantes de motocicletas no mercado.
Eu pensei que acharia a Scram 411 decepcionante. Em vez disso, me lembrou que a diversão no motociclismo é realmente sobre o passeio e a diversão que você pode ter apenas em movimento. Acessível e altamente versátil, com tecnologia moderna suficiente, a Scram 411 pode ser a melhor maneira de qualquer pessoa interessada em motociclismo começar – e é difícil superá-la nesse quesito.
Seus donos não vencerão muitas arrancadas nos semáforos, mas com certeza guardarão muitas lembranças de ver o mundo por trás de um par de guidões em uma máquina amigável, elegante e fácil de pilotar.
*Escritor, fotógrafo e um ávido motociclista, viajante do mundo e cronista da evolução contínua da mobilidade.
(Traduzido por Rodrigo Mora).