Para afastar ameaças, Strada ganha nova versão e motor 1.0 turbo

10 de agosto de 2023
Foto: divulgação

Fiat Strada Ranch 2024

A ameaça vem de dois lados. De um, há a nova Chevrolet Montana, lançada no início do ano. Do outro, o Volkswagen Polo, que também no começo de 2023 ganhou uma poderosa versão de entrada, a Track. Com esses produtos rondando e avançado, a líder de mercado, Fiat Strada, mudou.

Veja galeria de fotos da Strada Turbo:

Fiat Strada Ultra 2024
Fiat Strada Ultra 2024
Fiat Strada Ultra 2024
Fiat Strada Ranch 2024
Motor 1.0 turbo é o mais potente da categoria, com 130 cv
Fiat Strada Ranch
Fiat Strada Ranch 2024
Fiat Strada Ranch 2024
Fiat Strada Ranch 2024
Fiat Strada Ranch 2024
Fiat Strada Ranch 2024
Fiat Strada Ranch 2024
Fiat Strada Ultra Edizione 25
Fiat Strada Ultra Edizione 25

 

Número 1 em vendas no Brasil desde 2021, a Strada chega com uma importantes novidades para a linha 2024. Há a nova versão Ultra, que traz o motor 1.0 turbo do Pulse. O mesmo propulsor está agora na Ranch, que abandona o 1.3 aspirado. Ambas estão disponíveis apenas com cabine dupla e câmbio CVT.

São versões que têm alvo certo: a nova Montana. Não que o modelo da Chevrolet, cerca de 20 cm maior, tenha sido um grande problema para a Strada. Afinal, faz médias 3 mil unidades vendidas ao mês, ante as cerca de 9 mil da Fiat. Mas como prevenir pode ser melhor do que remediar, a líder já se adiantou e inovou sua linha.

Quanto ao Polo, o produto não é concorrente direto da Strada. No entanto, nos dois últimos meses, tirou da picape sua posição de honra: líder do mercado brasileiro, que o VW ocupou em junho e julho.

O incremento de vendas que a Strada deverá ter com as atualizações é uma boa jogada para impedir que Polo ultrapasse a picape no acumulado do ano – e se torne o produto mais vendido de 2023. Por isso, a Fiat também fez atualização na versão de entrada.

A Endurance, única que trazia o motor 1.4, o abandonou e agora adota o 1.3. A Strada, portanto, continua com duas opções de propulsor: 1.3 aspirado e 1.0 turbo. O antigo 1.4 não está mais disponível.

Preços e versões

A Strada passa a ter sete opções, entre combinações de acabamento, motor e carroceria. A Endurance e a Freedom tiveram aumento de R$ 1 mil. A primeira custa R$ 100.990. Além da mudança de motor, ganhou direção elétrica. Só está disponível com cabine estendida, que a Fiat chama de plus.

O câmbio é manual. Essa mesma transmissão equipa a Freedom, que sai por R$ 106.990 com cabine plus e R$ 112.990 com a dupla. Já o reajuste das versões Volcano foi de R$ 2 mil.

Oferecida apenas em cabine dupla, sai por R$ 114.990 com transmissão manual e R$ 120.990 com a CVT. A Strada Ranch ficou R$ 6 mil mais cara com a troca do motor pelo 1.0 turbo. Custa R$ 132.990. A inédita Ultra sai pelo mesmo valor.

A Strada ganha ainda uma série especial de 1.045 unidades, batizada de Edizione 25 – para celebrar os 25 anos de história da picape. Por R$ 135.990, é baseada na Ultra. Traz para-barro, exclusiva cor cinza, carroceria bicolor e adesivos laterais.

Por dentro, há badge comemorativo, com o número do exemplar da edição. Outros destaques são os detalhes vermelhos e uma exclusiva soleira.

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Ultra e Ranch

As versões Ultra e Ranch são voltadas ao consumidor que tem picapes como estilo de vida, não para o trabalho. Esse público já representa 45% dos clientes da Strada, e a meta da Fiat é aumentar a participação.

Enquanto a Ultra é mais urbana, a Ranch tem uma pegada visual off-road. Ambas trazem visual diferente das demais Strada. O para-choque foi totalmente reformulado, ganhando faróis auxiliares com moldura.

A grade também passou por atualização, e traz uma barra na parte inferior. O detalhe é vermelho na Ultra e cinza na Ranch. A inscrição Turbo 200, que identifica o motor, está nas laterais e traseira.

“Duzentos” é o torque em NM (Newton Metro – leia mais abaixo). Por dentro, o volante é novo, praticamente igual ao do Pulse. Traz também a tecla Sport, para deixar o conjunto com respostas mais esportivas.

O acabamento melhorou, com detalhes de couro perfurado com costura vermelha nas portas. O mesmo material está no revestimento dos bancos. O que não mudou foi o painel de instrumentos simples, igual ao do Mobi.

Além disso, a central multimídia tem tela pequena, de 7″. Apesar de alguns botões físicos, é sensível ao toque e tem sistema operacional rápido e intuitivo – como o de Pulse, Fastback e Renegade, da Jeep (que assim como a Fiat, faz parte do Grupo Stellantis).

Desempenho

O motor 1.0 turbo é o mais potente de sua categoria, com 130 cv. O torque, em kgfm (medida mais usada que o NM no Brasil), é de 20,5. O câmbio CVT simula sete marchas.

Para receber o novo motor, foram feitas algumas mudanças na suspensão, com novos amortecedores e molas dianteiras. De acordo com a Fiat, isso aumentou a rigidez torcional. A direção foi recalibrada.

A Strada ficou muito esperta com o novo conjunto. Apesar de o câmbio CVT não privilegiar a agilidade, é eficiente no casamento com o motor. As acelerações e retomadas estão rápidas e suaves, sem trancos desconfortáveis.

Durante a avaliação, a picape se mostrou muito eficiente em ultrapassagens, e ainda mostrou que o acabamento aprimorado reforçou o silêncio a bordo. É boa a proteção acústica. De acordo com a Fiat, a Strada turbo acelera de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos.

Também houve melhora na estabilidade. A picape ficou mais firme em curvas e gostosa de dirigir. Quanto ao conforto, a suspensão (independente na frente e por eixo rígido atrás), no geral, filtra bem as imperfeições com o piso, mas sente um pouco a pressão em superfícies muito irregulares, em que os ocupantes podem ter leve desconforto.

Com 4,45 metros de comprimento, a Strada tem capacidade de carga de 650 kg nas duas versões 1.0 turbo. O volume da caçamba é de 844 litros. Entre os pontos fracos está o volante sem ajuste de profundidade (tem apenas de altura), o que dificulta a missão de encontrar a posição ideal de dirigir.

Além disso, as alavancas para comandos de altura e inclinação dos bancos são duras – e, no caso da segunda, mal posicionada.