No início, houve quem criticasse, sobretudo após uma falha na pista provocar o adiamento do primeiro treino livre e criar o caos logístico, incluindo a expulsão de torcedores das arquibancadas às duas da manhã.
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Parecia que o excesso de preocupação com a parte do “show business” tinha superado a parte esportiva – uma das principais críticas do atual campeão da F1, Max Verstappen. Mas eis que a corrida da noite do sábado trouxe o que os fãs e promotores enfim esperavam: uma corrida extremamente movimentada, com disputas de posições intensas e incluindo três pilotos brigando pela vitória em luta franca até a volta final: Charles Leclerc, da Ferrari, Sergio Perez e o próprio Verstappen – ambos da Red Bull.
Além disso, foi muito bem amarrada a outra parte muito importante: a dos negócios, já que toda a cerimônia, transmitida ao vivo para mais de 150 países e antes do pódio, certamente contribuiu como ação de marketing para promover o turismo local e o hotel e casino parceiro do evento. Neste mesmo local foi erguido uma das maiores áreas VIP de toda temporada, com capacidade para 3.600 pessoas.
Após a corrida, até mesmo o antes crítico da prova, Max Verstappen, admitiu que a prova foi uma das melhores do ano. Vale lembrar que, no dia anterior, ele afirmou que a corrida em Las Vegas era a “liga nacional” enquanto Mônaco, por exemplo, era a “Champions League”.
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Os ingredientes de sucesso foram o traçado de Las Vegas, com uma reta de quase dois quilômetros na Strip, a avenida dos hotéis famosos e casinos, e uma baixa aderência da pista, por conta da F1 ser o único evento do final de semana (sem provas preliminares, que ajudam a emborrachar o asfalto). Além disso, a dificuldade em controlar os carros também foi agravada pela baixa temperatura no deserto durante o período noturno (a prova foi disputada entre 22h e 23h30).
“Isso é algo que poderia ser repensado para os próximos GPs aqui em Las Vegas, com uma categoria preliminar ajudando a deixar a pista em melhores condições e também o horário, que é muito frio”, sugeriu Perez.
De fato, ao final do evento, a impressão de que é possível tornar o GP mais esportivo e menos entretenimento ficou evidente. E da mesma forma ficou a impressão de que formatos como o visto em Las Vegas vieram para ficar na F1.
O grid na noite de sábado foi certamente o mais cheio de toda a temporada – quiçá de toda a história da F1. Era possível “tropeçar” em celebridades em Las Vegas, seja Brad Pitt, Rihanna, Axl Rose, Tom Brady, Renée Zellweger…E melhor do que isso, em todo o circuito e nos hotéis espalhados por Las Vegas, era possível encontrar milhares de torcedores vindo de todos os estados norte-americanos usando camisas de seus times e pilotos favoritos – e isso não inclui apenas Red Bull, Mercedes ou Ferrari.
Se Las Vegas vai se consolidar como uma etapa de fato especial no calendário, como o “Super Bowl” do automobilismo para a F1 nos Estados Unidos (talvez como é a Indy-500 hoje para os norte-americanos), ainda é cedo para dizer.
Mas que o evento deste final de semana provou ser possível unir esporte e entretenimento, isso é inegável. Agora, resta definir se os promotores da F1 conseguirão dosar na medida certa esta equação para agradar pilotos, equipes, patrocinadores e, principalmente, os novos torcedores. Mas também sem perder a essência daquilo que os fãs mais antigos se apaixonaram pelo esporte.