Como em outras áreas do aparelho geniturinário, para os tumores de bexiga tivemos novidades muito promissoras nos últimos anos.
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O monitoramento do DNA do tumor permite a avaliação da resposta do tratamento quimioterápico com muito mais precisão. Depois, no futuro, para aqueles pacientes que negativam o DNA da célula livre circulante do corpo, ou seja do sangue, talvez tenham tido já a cura só com a quimioterapia, sem precisar de uma cirurgia para remover a bexiga.
Esse estudo muito interessante avaliou 73 pacientes tratados com quimioterapia seguido de cirurgia e o que ele mostrou foi uma fortíssima correlação desse novo contexto que deve modificar a medicina como um todo: a possibilidade de encontrar fragmento livre do DNA da célula do tumoral circulante com marcador da presença do câncer no organismo.
Quem negativou o marcador durante esse processo teve uma chance de uma resposta patológica completa, ou seja, de negativar a doença na cirurgia, operar e não ter mais tumor, da ordem de 79%.
Portanto, talvez, esse seja um marco incrível para evitar cirurgias mutilantes em vários tumores sólidos, incluindo no câncer de bexiga.
Enquanto novas técnicas se aprimoram para melhorar os tratamentos, deixo as orientações de prevenção. O principal fator de risco para o câncer de bexiga é o tabagismo. Os fumantes têm risco quatro vezes maior de desenvolver câncer de bexiga do que os não fumantes. Beba bastante líquido; isso reduz o tempo de contato dos agentes tóxicos com a mucosa da bexiga. A presença de sangue na urina é sinal de alerta, mas não exclusiva do câncer de bexiga. Em caso de dor ou desconforto, converse com seu médico.
Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.
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