Após câncer, CEO da Publicis quer acabar com o tabu no trabalho

Em março de 2022, Arthur Sadoun foi diagnosticado com câncer relacionado ao HPV. “Assim que soube que teria que passar por cirurgia, radioterapia e quimioterapia, comecei a pensar que era importante tornar isso público”, diz Sadoun. Como presidente e CEO do grupo Publicis, gigante de publicidade e marketing de capital aberto com sede em Paris, Sadoun também sentiu o dever de divulgar as notícias a seus clientes, investidores e funcionários. “Especialmente, neste mundo pós-pandêmico, a transparência é tudo.”

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Falar sobre seu câncer também significava expor sua família e suas próprias vulnerabilidades como líder, o que deixava Sadoun desconfortável. A reação, diz ele, foi avassaladora – com pessoas agradecendo por ele falar sobre algo que viam como tabu. “Nunca tentaram apagar o estigma do câncer no local de trabalho.”

Sadoun decidiu que lideraria uma iniciativa para fazer exatamente isso. Por meio da Publicis Foundation, ele lançou ontem (17) uma coalizão entre setores no Fórum Econômico Mundial em Davos chamada “Trabalhando com o Câncer”. O objetivo: persuadir as empresas a se comprometerem a criar um ambiente mais aberto e solidário para as pessoas com câncer – e para aqueles que cuidam delas.

Até agora, os signatários incluem Abbvie, Adobe, AXA, Bank of America, BNP Paribas, BT, Carrefour, Citi, Disney, EE, Google, Haleon, L’Oréal, Lloyd’s, LVMH, Marriott, McDonald’s, Meta, Mondelez, Microsoft , MSD, Nestlé, Orange, Omnicom, Pepsico, Reckitt, Grupo Renault, Sanofi, Toyota, Unilever, Verizon e Walmart.

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A Publicis, por sua vez, se comprometeu a garantir o emprego e o salário dos funcionários com câncer por pelo menos um ano e fornecer suporte personalizado para a transição de volta ao trabalho, bem como uma comunidade de voluntários para ajudar no processo. Os cuidadores receberão apoio semelhante. A campanha também incluirá iniciativas de marketing para trazer o câncer à tona.

Tal como acontece com a saúde mental, reduzir os tabus pode ajudar.