Um bicho de pelúcia, um cobertorzinho ou um travesseiro ajudam a dar segurança para a criança quando os cuidadores não estão por perto. Isso já foi bem estudado e todos os pais sabem disso.
O que talvez você não saiba é que esses mesmos objetos podem ajudar bastante adultos que estão lidando com estresse, ansiedade, luto e perda de memória. Tanto é assim que já há muitos anos, uma empresa japonesa desenvolveu uma foca-robô de pelúcia que responde ao nome que se der a ela e se movimenta, como se estivesse viva. Inicialmente criada para trazer alegria a pessoas com demência, ela também é usada para reduzir estresse, trazer relaxamento e estimular a interação entre pacientes e seus cuidadores.
Também já há no mercado internacional um urso de pelúcia pesado que ajuda a aliviar a ansiedade e trazer sensação de conforto a pessoas que perderam entes queridos, por exemplo. Por que o urso é pesado? Pesquisadores acreditam que o corpo e, principalmente a mente, respondem a esse abraço a um bicho pesado e macio como se estivesse se agarrando a um filho. A frequência cardíaca diminui, a respiração também e a pessoa se acalma.
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Nos Estados Unidos, por exemplo, no período mais duro da pandemia, muitas pessoas apelaram para esses brinquedos para ajudar a passar por aquele momento difícil.
Mantas ou cobertores pesados, ao que tudo indica, também parecem gerar o mesmo efeito, de quase estarmos sendo abraçados, acolhidos. O efeito psicológico e terapêutico é bem bacana. Não à toa, muita gente entra debaixo dos cobertores quando está chateada.
Assim como acontece com as crianças, esses objetos de conforto também ajudam a nós, adultos, a nos sentirmos mais seguros, principalmente em fases de mudanças: um novo emprego, uma nova cidade, um novo país.
Esses brinquedos também auxiliam a trazer alívio na sensação de solidão. Claro que nenhum bicho de pelúcia é capaz de substituir a interação com uma pessoa real, mas eles funcionam como um refresco para esses momentos em que nos sentimos sozinhos.
E você? Tem um bicho de pelúcia em casa?
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Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
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