Alzheimer: pesquisadores descobrem ácido que pode reduzir perda de visão

2 de abril de 2023
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A OMS estima que cerca de 55 milhões de pessoas vivam com algum tipo de demência, sendo a mais comum o Alzheimer, que corrói habilidades cognitivas e de memória

Pesquisadores desenvolveram um novo ácido graxo ômega-3 que poderia evitar perdas visuais em pacientes com Alzheimer, de acordo com um novo estudo publicado na última semana, embora ainda não haja cura para a doença, que afeta quase 6 milhões de pessoas nos Estados Unidos, deve atingir 14 milhões até 2060 e é a sexta principal causa de morte entre adultos no país.

Nota da editora: A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 55 milhões de pessoas vivam com algum tipo de demência, sendo o Alzheimer a mais comum.

Pesquisadores da Universidade de Illinois, em Chicago, desenvolveram um ácido graxo ômega-3 chamado ácido docosahexaenóico, que, segundo eles, pode atravessar a retina de um olho para reduzir o declínio visual entre pessoas com Alzheimer, que corrói lentamente habilidades cognitivas e de memória.

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Em testes de laboratório usando camundongos, os pesquisadores descobriram que a ingestão do ácido graxo aumentou a presença do ácido nas retinas dos camundongos e reduziu as deficiências visuais semelhantes às dos pacientes humanos com Alzheimer.

O ácido, também chamado de DHA, é diferente de um ácido ômega-3 encontrado no suplemento diário de óleo de peixe. Segundo os pesquisadores, ele não chega à retina a partir da corrente sanguínea.

A doença de Alzheimer, uma condição neurodegenerativa que afeta principalmente adultos mais velhos, geralmente envolve deficiência visual, incluindo a perda de visão periférica, devido a uma falha no cérebro em processar informações visuais, mesmo quando os olhos da pessoa ainda funcionam, de acordo com Kendra Farrow, pesquisadora da Universidade Estadual do Mississippi, nos EUA.

As deficiências visuais geralmente incluem alterações na percepção de profundidade, dificuldade de leitura e problemas para decifrar cores contrastantes, segundo a Academia Americana de Oftalmologia.

Embora não haja cura para a doença de Alzheimer, nos últimos anos, pesquisadores descobriram tratamentos destinados a diminuir o risco de desenvolvê-la, incluindo o uso do medicamento para disfunção erétil masculina Viagra. Pesquisadores em um estudo de 2021 publicado no Nature Aging descobriram que adultos que usaram Viagra tiveram um risco 69% menor de desenvolver a doença – embora os pesquisadores alertassem que a diminuição do risco também poderia ser resultado de outros fatores, incluindo o uso da droga por adultos.

Em 2021, a FDA (Food and Drug Administration), a Anvisa dos EUA, aprovou o tratamento de anticorpo aducanumabe, de uma empresa de biotecnologia com sede em Boston, que visa atacar uma proteína no cérebro para retardar a progressão da doença – embora a decisão da FDA tenha sido criticada com base nos dados clínicos usados ​​em sua rápida aprovação do medicamento.

A FDA aprovou em janeiro o tratamento da Biogen e da gigante farmacêutica Eisai, que também visa retardar a progressão da doença.

A suíça Roche anunciou planos na semana passada para desenvolver com a gigante farmacêutica Eli Lilly um exame de sangue que poderia ajudar a detectar os estágios iniciais da doença de Alzheimer e levar os adultos a um tratamento mais precoce. Especificamente, o exame de sangue mediria os níveis de uma proteína no sangue ligada ao desenvolvimento da doença.

(Traduzido por Fernanda de Almeida)