Ozempic pode causar pensamentos suicidas? Veja o que pesquisa diz

Medicamentos para diabetes e perda de peso como Ozempic, Wegovy e Saxenda estão sendo investigados pela União Europeia por possivelmente causar pensamentos suicidas. Embora a farmacêutica Novo Nordisk negue, alguns estudos e relatos sugerem que pode haver, sim, uma ligação potencial entre suicídio e os medicamentos produzidos por ela.

Um estudo clínico de fase três do Saxenda descobriu que pensamentos suicidas eram um dos efeitos colaterais mais graves da droga – outros efeitos colaterais graves incluem insuficiência renal, pancreatite e doença da vesícula biliar. Nos EUA, as informações de prescrição do Saxenda recomendam monitorar os pacientes quanto a pensamentos suicidas e depressão e interromper o uso se os sintomas aparecerem.

Leia também:

• Uso indiscriminado de medicamentos para emagrecer pode prejudicar a saúde
• Os mitos do uso indiscriminado do Ozempic para perda de peso no Brasil

Embora a bula do Ozempic não tenha essa recomendação, a do Wegovy tem – e Wegovy é o mesmo medicamento que o Ozempic, apenas prescrito em doses mais altas.

Em declaração à CNBC, a Novo Nordisk negou as alegações de que seus medicamentos causaram pensamentos suicidas, dizendo que os dados não mostram uma conexão entre semaglutida (nome genérico para Ozempic e Wegovy) e liraglutida (nome genérico para Saxenda ) e “pensamentos suicidas e autodestrutivos”.

Contexto

A Agência Europeia de Medicamentos está investigando o Novo Nordisk depois que vários pacientes que tomaram Ozempic e Saxenda relataram pensamentos de automutilação. A agência investigará os possíveis efeitos colaterais na saúde mental dos medicamentos contendo semaglutida e liraglutida.

Na terça-feira, a EMA anunciou que a investigação se estenderá a outros medicamentos agonistas do receptor GLP-1, como o Wegovy. A agência está analisando 150 relatórios de casos de possíveis pensamentos suicidas e automutilação. A investigação deve terminar em novembro. A Novo Nordisk disse à CNBC que “a segurança do paciente é uma prioridade máxima” e negou todas as acusações.