Pode ser causada por várias condições e comportamentos que levam ao acúmulo de gordura no fígado, como obesidade, nível elevado de colesterol e de triglicerídeos, sedentarismo, consumo de álcool, resistência insulínica, diabetes, alimentação com excesso de ultraprocessados, açúcares e gordura saturada.
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Sintomas e possíveis complicações da gordura no fígado
Quando sintomática, a esteatose hepática pode levar a alguns dos sinais e sintomas descritos a seguir: fadiga, dor ou desconforto na parte superior direita do abdome, pele e olhos amarelados (icterícia), aumento do volume abdominal (ascite), dificuldade de concentração, dor de cabeça, náuseas,… Vale ressaltar que todo sintoma deve ser investigado por um médico capacitado, uma vez que a mesma sintomatologia pode estar presente em outras doenças. Se não for tratada, a esteatose hepática pode levar à inflamação do fígado causada pelo acúmulo de gordura (esteatohepatite), em casos mais graves pode levar à cirrose e até mesmo ao desenvolvimento de alguns tipos de tumores hepáticos.
Alimentação
Estabelecer hábitos alimentares que proporcionem qualidade e quantidades adequadas de nutrientes é essencial. Uma alimentação com fibras, frutas, vegetais, proteínas, carboidratos integrais e gorduras insaturadas (azeite, oleaginosas e abacate), de forma geral, é uma excelente sugestão.
Evitar alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares e em gorduras saturadas é o recomendado quando pensamos em reduzir o acúmulo de gordura. O ideal é você seguir uma estratégia alimentar individualizada prescrita por um profissional de saúde capacitado e que esteja de acordo com as necessidades do seu corpo e com as particularidades do seu dia-a-dia.
Atividade física
O exercício aeróbico, por exemplo, é capaz de melhorar o metabolismo das gorduras devido ao estímulo à utilização de ácidos graxos (gordura) como fonte de energia. Esse mecanismo promove, como consequência, a redução da quantidade de gordura hepática acumulada. Outro ponto importante é o aumento da sensibilidade à insulina, pois a esteatose hepática está frequentemente associada à resistência à ação desse hormônio, que é também um fator de risco para o desenvolvimento do diabetes tipo 2. São exemplos de exercícios aeróbicos: caminhada, corrida, ciclismo e natação.
Já o treinamento de força, que envolve o uso de pesos livres ou máquinas de musculação, por estimular o aumento da massa muscular, eleva a quantidade de caloria que o nosso organismo gasta por dia, pois o tecido muscular demanda energia para ser mantido. Esse aumento da taxa metabólica basal contribui para a redução da gordura hepática.
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Composição corporal e saúde metabólica
Identificar o indivíduo que apresenta fatores de risco para o acúmulo de gordura no fígado, estabelecer mudanças alimentares e estimular a prática regular de atividade física, são passos cruciais para a prevenção e para o tratamento desta condição. Com uma abordagem personalizada e multidisciplinar, é possível cuidar e melhorar a sua saúde e o seu bem-estar geral.
*Eduardo Rauen é cofundador da healthtech Liti Saúde, que trabalha para resolver a dor do sobrepeso e da obesidade no Brasil. É médico formado pela Universidade do Oeste Paulista (Unoeste). Integra o corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein. É médico nutrólogo (com título de especialista pela ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia) e do Exercício e do Esporte (com título de especialista pela SBMEE – Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte). Também atua como diretor técnico do Instituto Rauen – Medicina, Saúde e Bem-Estar.
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