“E aí, como vai a sua vida amorosa?” Esta é uma pergunta que sempre faço para os meus pacientes. Por que, você provavelmente me perguntará? Porque a qualidade das relações amorosas tem um profundo impacto no nosso bem-estar mental, emocional e psicológico, para o bem e para o mal.
-
Siga o canal da Forbes e de Forbes Money no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
Não importa se você está em uma relação de longo prazo, se começou a namorar agora, se está noivo, solteiro e de volta às paqueras e às tentativas de encontrar alguém. Os relacionamentos amorosos vão impactar a sua vida de uma forma ou de outra.
Especialistas nesse tema dizem que as relações interpessoais são uma das principais causas de felicidade, ao lado do trabalho e do lazer. Não por acaso, então, elas afetam o modo como vemos a vida, a nossa satisfação com ela e o nosso estado de espírito. Isso nada mais é do que algumas das faces da boa saúde mental.
Estudos também mostram que viver o amor é capaz de melhorar o humor e reduzir o estresse. Conexões verdadeiras também fazem o nosso corpo produzir ocitocina, o hormônio responsável pela sensação de bem-estar. Não à toa a ocitocina foi apelidada de “hormônio do amor”.
Embora estejamos celebrando o Dia dos Namorados neste dia 12 de junho, talvez seja importante ampliarmos a definição de amor. Sim, porque relacionamentos amorosos não dizem respeito apenas aos parceiros românticos, mas também àqueles que temos com nossos amigos e familiares. E, por que não? Com nossos pets.
Afinal, amar e sentir-se amado, com todos os benefícios que isso traz à nossa saúde mental, não acontece só entre duas pessoas que se encontram, sentem atração uma pela outra, constroem intimidade e o desejo de compartilhar um pedaço da vida (ou toda a vida).
Leia também:
- Mesmo as pessoas mais capacitadas falham — e tudo bem
- Por que não devemos lamentar o encerramento de um ciclo
- Perfeccionistas: manter a régua alta nem sempre faz bem à saúde mental
E é isso o que importa quando falamos de relacionamentos amorosos: construir uma relação afetiva significativa. Como fazemos isso?
Amando a nós mesmos, para começo de conversa. Se não praticamos o autocuidado, se não olhamos para nós mesmos com generosidade, entendendo que somos falíveis e temos as nossas fraquezas, como construir laços com uma outra pessoa, como amar alguém?
Depois, entendendo que ainda que busquemos construir uma relação de grande intimidade com alguém, as pessoas são diferentes umas das outras. Ou seja, ninguém vai conseguir atender a todas as nossas expectativas. O importante é que aceitemos o nosso objeto de afeto com seus defeitos e qualidades e o admiremos por isso. Isso é o que é mais bacana numa relação amorosa: surpreender-se e aprender com o outro. Isso, para mim, é aguentar ser feliz.
Esteja você em um qualquer tipo de relacionamento amoroso no momento, curta este dia. Mais importante do ter um namorado ou namorada, é construir um laço significativo com alguém.
Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.