Razões pelas quais Carl Icahn superestima a Apple

17 de outubro de 2014

Carl Icahn tem uma reputação de usar seu enorme microfone para receber empresas de tecnologia, cujos negócios ele não entende, e fazer com o preço de suas ações cresçam, por meio de manipulações de balanço.

No dia 9 de outubro, Icahn anunciou que a Apple valia US$ 203 por ação – mais que o dobro dos cerca de US$ 100 por ação em que terminou no dia 10 de outubro. A Bloomberg resumiu cada um dos pontos de Icahn sobre os motivos de a Apple ganhar quota de mercado. Veja a seguir algumas razões pelas quais a análise de Icahn está errada.

1. A Bloomberg percebeu que Icahn acredita que o iPhone 6 e 6 Plus alcançará o Market share do Android do Google. “Considerando o aumento da quantidade de tempo que os usuários passam com seus dispositivos móveis, e, assim, o valor prático de um produto visivelmente superior, é difícil imaginar por que um consumidor poderia escolher um telefone inferior quando a diferença de custo é muito pequena.” Infelizmente para Icahn, o iPhone está perdendo a quota de mercado para o Android.

2. O Apple Watch não vai vender 20 milhões de unidades por US$ 450 dólares cada em 2015, como é a previsão de Ichan. A previsão de Icahn desafia a lógica, afinal para vender 20 milhões de unidades em 2015, a Apple teria de ir de 0% de participação a 59% no mercado de smartphones.

3. Icahn acredita que os novos iPads e a parceria da Apple com a IBM, irá produzir um aumento de 13% ao ano nas receitas de iPads entre 2015 e 2017. Essa é outra previsão otimista demais. Em julho a Apple informou que as vendas do iPad caíram 9% para 13,3 milhões de unidades e a receita diminuiu 8%, para US$ 5,9 bilhões.

4. Se a Apple está pronta para começar a vender uma TV de ultra-alta definição em 2016, a empresa deve anunciar com o máximo de transparência possível. A ideia de Icahn que a Apple vai vender 12 milhões aparelhos televisores em 2016 e 25 milhões em 2017 é uma espécie de sonho