“Desde pequeno eu sonhava em comandar uma companhia de bens de consumo. Por isso resolvi fazer faculdade nos Estados Unidos e não na Itália. Se eu ficasse na Itália, teria que me limitar à Fiat, à Ferrero e mais algumas empresas. Na América, há 100 vezes mais opções. O fato de já saber previamente o que queria me ajudou a ir mais rápido em relação aqueles que só descobriram o que desejavam no meio do caminho”, observa o executivo, que, em janeiro, assumiu a presidência da Danone Brasil, a quinta maior fabricante de lácteos do grupo no mundo, atrás apenas da Rússia, Espanha, França e Estados Unidos.
Marchetti desembarcou em São Paulo após seis anos na presidência da Danone Ucrânia, operação que passou a comandar aos 37 anos. “As pessoas falam do Brasil porque não conhecem a Ucrânia, um país que quando assumi se mostrou muito instável e com muita corrupção. Agora, ainda há a guerra lá. Não sei o que mais falta acontecer. Hoje, apesar das adversidades, tenho orgulho de dizer que a operação da Danone cresce na Ucrânia, entrega os resultados esperados e é sustentável.”
“O Brasil era o único lugar que me faria deixar a Ucrânia. Desde 2000 [data em que começou a trabalhar na Danone Paris], quando me perguntavam em qual país eu gostaria de atuar, eu sempre respondia: o Brasil”, revela.
Naquela época, ele nem era casado com uma brasileira, mas já estava de olho no potencial do mercado local. Quando foi trabalhar na Danone, o plano do CEO era ampliar as vendas para mercados internacionais além da Europa, que na época respondia por 50% das vendas globais. O Brasil sempre foi estratégico para a companhia, motivo que levou, no passado, à compra da marca Paulista. Em 2013, a Danone Brasil faturou R$ 2 bilhões.