VEJA TAMBÉM: 10 perguntas para tirar seu negócio do papel
Berggren teria o apoio moral e financeiro da família para montar uma cervejaria, desde que criasse um projeto. Ele ligou para Carlos Hauser, mestre cervejeiro com anos de experiência na Antártica e na Baden Baden, para se aprofundar no assunto. Pesquisou sobre maquinário, viajou para a Europa e convenceu o especialista, já aposentado, e seu filho a embarcarem em seu sonho. Em 2010, porém, veio o primeiro obstáculo com a crise na indústria têxtil no Brasil. “Após a abertura de importação da China, não tinha como a gente competir”, relembra. Como seu financiamento estava impossibilitado, o empresário teve de esperar.
E MAIS: 8 dicas para quem pretende se arriscar em um empreendimento
O novo negócio virou a única ocupação de Berggren que deixou a Ober com seu pai e irmãos. De acordo com o empresário, a principal atitude para quem quer mudar de negócio de forma tão radical é encontrar um produto (ou atividade) específico e pesquisar o assunto. Antes de investir na fábrica, eles construíram um laboratório que produz apenas 1.000 litros em 11 horas. O objetivo era testar receitas. Enquanto isso, ele procurava pelos melhores ingredientes lá fora, como malte alemão, com foco nas tendências de consumo internacionais.
A primeira leva dos cinco rótulos saiu no começo de fevereiro e está sendo distribuída para os Estados de São Paulo e Mato Grosso e sul de Minas. Com 23 funcionários, a cervejaria produz atualmente 30.000 mil litros por mês, mas Berggren estima que deve atingir a capacidade máxima em até o meio do ano.
Enquanto isso, a empresa recorre a outros meios de receita, como a chamada “cervejaria cigana”, que é, basicamente, alugar os equipamentos e o laboratório para empresas ou interessados que queiram produzir uma baixa quantidade da bebida. “Um time ou uma banda, por exemplo, contatam-nos e passam a fórmula para nós produzirmos 5.000 litros, por exemplo”, explica Lucas. “Ajuda a pagar as contas.”