Fora da cela, chuveiros frios e comidas que não são kosher, o que impossibilita ele de se alimentar. Condições precárias estão por toda parte. Ele está há 5 meses no presídio. Dentro da cabeça dele, uma questão sem resposta: “Como eu fui parar aqui?”
Matalon já tinha um novo projeto, que poderia vir a ser um potencial rival para o WhatsApp. A sua ideia, uma ferramenta de tecnologia para ser instalada em dispositivos que as pessoas já tivessem com o intuito de melhorar a segurança nas interações online. A inspiração para isso veio de um contrato da Criptext com o governo do Panamá para promover comunicação segura. Infelizmente, o acordo com o país da América Central deu errado e ele viu uma viagem de férias virar uma prisão, local em que ele viu o lançamento do Criptext Messenger, bem longe de seu escritório em Nova York.
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Os problemas com a Justiça começaram durante uma viagem. Ao pousar em Cartagena, na Colômbia, Matalon foi parado e acusado de fraude pelo governo do Panamá, país em que ele já tinha um outro negócio, a empresa Innovative Ventures. A filmagem do momento dele sendo escoltado por oficiais colombianos da Interpol mostra um Matalon calmo, sem reação diante do que estava acontecendo. No ano passado, o governo do Panamá colocou um alerta vermelho sobre ele na Interpol, alegando que ele era procurado por fraude contra o governo. A investigação gira em torno de contratos.
A polícia colombiana, em resposta à Reuters, disse que o contrato valia US$ 13,3 milhões. O presidiário, por outro lado, diz que o negócio valia menos de US$ 200 mil. Matalon ainda afirma que o sistema foi entregue ao governo e foi utilizado só por quatro meses após a transferência de poder para Juan Carlos Varela, atual presidente do Panamá. Apesar de não existirem taxas e quase nenhuma informação à respeito da quebra de contrato, o que explica a permanência de Matalon na prisão de segurança máxima? A família dele deu uma pista. O pai dele está em um relacionamento com a irmã do ex-presidente do Panamá, Ricardo Martinelli.
O caso se complica mais, pois, a defesa de Matalon garante que vários direitos humanos foram quebrados no caso. Os advogados alegam que a Interpol não estava com todos os aspectos esclarecidos antes de impor um alerta vermelho, que ele não deveria estar preso pelo o que é uma disputa contratual e que a fiança de US$ 100 mil foi paga. Do outro lado, ninguém responde perguntas sobre o caso, inclusive a Interpol, que se eximiu totalmente da culpa perante a algo.
É impossível no momento imaginar o que vai acontecer daqui para frente. Em algum momento dos próximos meses o Panamá vai entregar uma lista de acusações para os advogados de Matalon, que tem 10 dias para responder. Depois disso, haverá um período para o tribunal da Colômbia decidir se ele sairá livre ou será extraditado para o Panamá.