LEIA MAIS: Fintechs crescem com apoio de órgãos de fomento
Segundo a autoridade monetária, a iniciativa visa a disciplinar a atividade dessas companhias, inclusive nas operações de empréstimo entre pessoas, o chamado peer to peer.
Os bancos comerciais poderão criar suas próprias fintechs quando as regras estiverem em vigor.
Pelo cronograma do BC, a audiência pública vai até 17 de novembro. As regras poderiam entrar em vigor num período de dois a três meses depois.
A decisão do BC de fixar regras para o setor é um passo para dar mais acesso a crédito aos clientes, sem colocar o sistema financeiro em risco, disse Damaso. “A regulação vai contribuir para a inclusão financeira, com produtos melhores”, completou.
A iniciativa, antecipada pela Reuters em maio, ocorre em meio à rápida expansão dessas plataformas independentes, que ofertam crédito mais barato do que o setor bancário por meio de modelos matemáticos que medem com maior assertividade o grau de risco dos clientes.
A Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD), que representa o setor, prevê que mais de R$ 1 bilhão serão emprestados neste ano por meio das fintechs, inclusive em parceria operacional com bancos. A entidade já fez uma reunião após o anúncio do BC para avaliar os efeitos potenciais da regulação.
REAÇÃO
Empreendedores do setor receberam a medida com otimismo, avaliando que a regulação deixa mais claro o escopo de atuação das fintechs, que poderão competir em melhores condições. “A regra é uma potencial fonte de redução de custos, porque poderei negociar valores melhores de transações do que fazemos hoje com os bancos”, disse o sócio-fundador e presidente da Biva, fintech que atua em peer to peer. Para Sandro Reiss, da Geru, a regulação permitirá que as fintechs tenham um modelo operacional mais leve, o que pode implicar inclusive em ofertas de juros menores mais adiante. “Ainda há alguns desafios para serem solucionados, mas a disciplina do setor é bastante positiva”, disse o sócio da Creditas, Sergio Furio.