Eurico de Jesus Teles Neto é nomeado novo CEO da Oi

27 de novembro de 2017
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A Oi está a duas semanas da crucial votação em Assembleia Geral de Credores de uma proposta de reestruturação de dívida de R$ 65 bilhões, tendo em jogo o destino do maior operador de telefonia fixa da nação e mais de 100 mil postos de trabalho. (Getty Images)

A operadora de telefonia Oi SA, em recuperação judicial, nomeou Eurico de Jesus Teles Neto como presidente-executivo interino após Marco Schroeder ter renunciado ao cargo na última sexta-feira (24), disse a empresa em fato relevante enviado ao mercado.

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Teles Neto acumulará o comando da companhia com a diretoria jurídica até que o conselho administrativo delibere sobre a substituição permanente.

Schroeder saiu numa fase crucial de um dos maiores processos de recuperação judicial da América Latina, após profundas brechas entre a diretoria e o conselho de administração da empresa, conduzida pelos acionistas alinhados com Nelson Tanure. Schroeder, nos últimos meses, instou os acionistas e credores a fazerem concessões, enquanto o conselho ficou preso numa proposta de reestruturação rejeitada pelos principais grupos de detentores de bônus.

Uma porta-voz da Pharol SGPS SA de Portugal, que possui cerca de 27,5% das ações com direito a voto da Oi e é parte de uma bloco de acionistas controladores, disse anteriormente, na sexta-feira, que foi informada da decisão de Schroeder de se demitir.

As ações ordinárias da Oi estenderam as perdas e fecharam em queda de 4% após a Reuters, citando três fontes com conhecimento da situação, ter reportado que Schroeder havia apresentado a sua renúncia.

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A Oi está a duas semanas da crucial votação em Assembleia Geral de Credores de uma proposta de reestruturação de dívida de R$ 65 bilhões, tendo em jogo o destino do maior operador de telefonia fixa da nação e mais de 100 mil postos de trabalho.

Em outubro, a Agência Nacional de Telecomunicações ameaçou intervir na operadora se houvesse mudança na diretoria.

No entanto, uma fonte do governo disse na sexta-feira que a partida de Schroeder não tornou a intervenção mais provável. A fonte, que pediu anonimato devido à sensibilidade do problema, disse que as conversas para tirar a operadora de telefonia de recuperação judicial continuarão sob o novo comando.

Qualquer plano de reestruturação aprovado pela administração ainda deve ser aprovado pela Anatel antes de ser apresentado ao tribunal de falências, acrescentou a fonte.