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Segundo Azevêdo, o Brasil busca chegar a um entendimento com outras nações para tomar uma decisão coletiva em relação aos EUA.
Azevêdo afirmou que o governo brasileiro “não exclui” a possibilidade de pedir a arbitragem da OMC, mas busca outras alternativas de solução do conflito.
O diretor-geral da OMC afirmou que, no momento, se está no início das articulações. “Acho que nós estamos em um primeiro momento da rodada de negociações e espero muito que esse entendimento frutifique e que nós consigamos evitar uma situação mais radical”, disse.
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Ação e reação
O diplomata disse que uma eventual escalada de retaliações recíprocas poderia gerar um efeito dominó e que seria difícil de reverter. “Você sabe quando você começa, como você começa, mas não sabe nem como e nem quando sai desse processo”, completou.
Adotando um tom de cautela, Azevêdo disse que os próprios norte-americanos estão começando a conversar com outros parceiros comerciais para determinar a efetividade e extensão da medida anunciada na semana passada.
Questionado se disputas como essa podem até acabar com as prerrogativas da OMC e o futuro do organismo, Azevêdo não respondeu diretamente, mas destacou que acha importante que as “regras acordadas multilateralmente sejam observadas até para evitar ações completamente unilaterais”.
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“A ação unilateral tende a provocar reação de outras partes e esse processo de ação e reação leva a guerras comerciais que não são de interesse de ninguém, onde só há perdedores, não há vencedores”, disse. Ele acrescentou que até o momento nenhum país acionou formalmente a OMC a respeito das tarifas de 25% para importação de aço e de 10% para importação de alumínio decididas por Trump na semana passada.
“A OMC não está enfraquecida, pelo contrário”, disse o diplomata brasileiro. “Quanto mais nós vemos esse tipo de tensão no cenário comercial internacional, mais forte ela fica, porque no fundo é o caminho de encontrar soluções”.